Que Bem Sabe o Amor Constante
Até no carro te canto,
Fala a fala, seio a seio,
Espantado de um encanto
Que mais parece receioDe te perder à partida
Pra te ganhar à chegada,
Pois tu és a minha vida
Na ida e volta arriscada.Vai o Godinho ao volante
Com seu ar de conde antigo
Que bem sabe o amor constante
Que me aparelha contigo.Poupado na gasolina,
Discreto na confidência,
Navegador à bolina
Dos rumos da nossa ausência.Leva-me à Embaixada, ao almoço:
Travou, mas não sei que tenho:
Um resto de ardor de moço
Contigo no meu canhenho.
Poemas sobre Moços de Vitorino Nemésio
2 resultados Poemas de moços de Vitorino Nemésio. Leia este e outros poemas de Vitorino Nemésio em Poetris.
Natal Chique
Percorro o dia, que esmorece
Nas ruas cheias de rumor;
Minha alma vã desaparece
Na muita pressa e pouco amor.Hoje é Natal. Comprei um anjo,
Dos que anunciam no jornal;
Mas houve um etéreo desarranjo
E o efeito em casa saiu mal.Valeu-me um príncipe esfarrapado
A quem dão coroas no meio disto,
Um moço doente, desanimado…
Só esse pobre me pareceu Cristo.