Natal… Natais…
Tu, grande Ser,
Voltas pequeno ao mundo.
NĂŁo deixas nunca de nascer!
Com braços, pernas, mãos, olhos, semblante,
Voz de menino.
Humano o corpo e o coração divino.Natal… Natais…
Tantos vieram e se foram!
Quantos ainda verei mais?Em cada estrela sempre pomos a esperança
De que ela seja a mensageira,
E a sua chama azul encha de luz a terra inteira.
Em cada vela acesa, em cada casa, pressentimos
Como um anĂșncio de alvorada;
E ein cada ĂĄrvore da estrada
Um ramo de oliveira;
E em cada gruta o abrigo da criança omnipotente;E no fragor do vento falas de anjos, e no våcuo
De silĂȘncio da noite
Estriada de sĂșbitos clarĂ”es,
A presença de Alguém cuja forma é precåria
E a sua essĂȘncia, eterna.
Natal… Natais…
Tantos vieram e se foram!
Quantos ainda verei mais?
Poemas sobre Noite de Cabral do Nascimento
2 resultados Poemas de noite de Cabral do Nascimento. Leia este e outros poemas de Cabral do Nascimento em Poetris.
Natal Africano
NĂŁo hĂĄ pinheiros nem hĂĄ neve,
Nada do que Ă© convendonal,
Nada daquilo que se escreve
Ou que se diz… Mas Ă© Natal.Que ar abafado! A chuva banha
A terra, morna e vertical.
Plantas da flora mais estranha,
Aves da fauna tropical.Nem luz, nem cores, nem lembranças
Da hora Ășnica e imortal.
Somente o riso das crianças
Que em toda a parte Ă© sempre igual.NĂŁo hĂĄ pastores nem ovelhas,
Nada do que Ă© tradicional.
As oraçÔes, porém, são velhas
E a noite Ă© Noite de Natal.