O Amor no ChĂŁo
O vento da outra noite derrubou o Amor
Que, no mais misterioso recanto do parque,
Nos sorria, ao esticar malignamente o arco,
E cujo ar nos fez meditar com fervor!O vento da outra noite derrubou-o! O mĂĄrmore
com o sopro da manhĂŁ, disperso, gira. Ă triste
Olhar o pedestal, onde o nome do artista
Se lĂȘ com muito esforço Ă sombra de uma ĂĄrvore,Ă triste ver em pĂ©, sozinho, o pedestal!
MelancĂłlicos vĂȘm e vĂŁo pensamentos
No meu sonho, onde o mais profundo sofrimento
Evoca um solitĂĄrio futuro fatal.Ă triste! â E mesmo tu, nĂŁo Ă©? ficas tocada
Plo cenĂĄrio dolente, embora te divirtas
Com a borboleta rubra e de oiro, que se agita
Sobre a alameda, além, de destroços juncada.Tradução de Fernando Pinto do Amaral
Poemas sobre Noite de Paul Verlaine
2 resultados Poemas de noite de Paul Verlaine. Leia este e outros poemas de Paul Verlaine em Poetris.
Conversa Sentimental
No velho parque deserto e gelado
Duas formas passaram hĂĄ bocado.Com os olhos mortos e os lĂĄbios moles,
Mal se ouvem, a custo, as suas vozes.No velho parque deserto e gelado
Dois espectros evocaram o passado.â Recordas-te do nosso ĂȘxtase antigo?
â Por que razĂŁo acha que ainda consigo?â Bate, ao ouvires meu nome, o coração?
VĂȘs ainda a minha alma em sonhos? â NĂŁo.â Ah! bons tempos de prazer indizĂvel
Unindo as nossas bocas! â Ă possĂvel.â Como era azul, o cĂ©u, e grande a esperança!
â Mas Ă© prĂČ negro cĂ©u que hoje se lança.LĂĄ caminhavam plas aveias loucas
E só a noite ouviu as suas bocas.Tradução de Fernando Pinto do Amaral