No Ciclo Eterno das Mudáveis Coisas
No ciclo eterno das mudáveis coisas
Novo inverno apĂłs novo outono volve
Ă€ diferente terra
Com a mesma maneira.
Porém a mim nem me acha diferente
Nem diferente deixa-me, fechado
Na clausura maligna
Da Ăndole indecisa.
Presa da pálida fatalidade
De nĂŁo mudar-me, me infiel renovo
Aos propĂłsitos mudos
Morituros e infindos.
Poemas sobre Outono de Ricardo Reis
3 resultadosPrefiro Rosas, meu Amor, à Pátria
Prefiro rosas, meu amor, à pátria,
E antes magnĂłlias amo
Que a glĂłria e a virtude.Logo que a vida me nĂŁo canse, deixo
Que a vida por mim passe
Logo que eu fique o mesmo.Que importa àquele a quem já nada importa
Que um perca e outro vença,
Se a aurora raia sempre,Se cada ano com a primavera
As folhas aparecem
E com o outono cessam?E o resto, as outras coisas que os humanos
Acrescentam Ă vida,
Que me aumentam na alma?Nada, salvo o desejo de indiferença
E a confiança mole
Na hora fugitiva.
Quando, LĂdia, Vier o Nosso Outono
Quando, LĂdia, vier o nosso outono
Com o inverno que há nele, reservemos
Um pensamento, nĂŁo para a futura
Primavera, que Ă© de outrem,
Nem para o estio, de quem somos mortos,
SenĂŁo para o que fica do que passa
O amarelo atual que as folhas vivem
E as torna diferentes.