Maio de Minha MĂŁe
O primeiro de Maio de minha MĂŁe
NĂŁo era social, mas de favas e giestas.
Uma cadeira de pau, flor dos dedos do AvĂ´
— Polimento, esquadria, engrade, olhá-la ao longe —
Dava assento a Florália, o meu primeiro amor.Já não se usa poesia descritiva,
Mas como hei-de falar da Maromba de Maio
Ou, se era macho, do litro de vinho na sua mĂŁo?
O primeiro de Maio nas Ilhas, morno como uma rosa,
Algodoado de cĂşmulos, lento no mar e rapioqueiro
Como Baco em Camões,
LĂmpido de azeviche
E, afinal de contas, do ponto de vista proletário,
Mais de mĂŁos na algibeira do que Lenine em Zurich.
(Porque foi por esta Ă©poca: eu Ă© que nĂŁo sabia!)A minha Maromba tinha barriga de palha como as massas
E a foice roçadoira da erva das cabras do Ribeiro
Que se pegou, esquecida, no banco do martelo de meu AvĂ´
Cujas quedas iguais, gravĂficas, profundasMuito prego em cunhal deixaram,
Muita madeira emalhetaram,
Muita estrela atraĂram ao bico da foice do Ribeiro
Nas noites de luar em que roçava erva às cabras.
Poemas sobre Paus de Vitorino Nemésio
2 resultados Poemas de paus de Vitorino Nemésio. Leia este e outros poemas de Vitorino Nemésio em Poetris.
Quando Toda Ă©s Terra a Terra
Marga, teu busto tufa,
Dois gomos e véus de ilhal
Palpitam palmo de gente
Nesse tefe-tefe igual
E há qualquer coisa de ardente
Que se endireita e que rufa
Nem tambor a general.Marga, teu peitinho estringes,
Toca a quebrados na praça
De armas que empunham rapazes
De guarda a uma egĂpcia esfinge,
E um vento de guerra passa
E o pau da bandeira ringe
Antes de fazer as pazes.Marga, que deusa de guerra,
A MiosĂłtis se interpĂ´s
Quando toda Ă©s terra a terra
Cálice de rododendro
Zango nunca em ti se pĂ´s
Em estames senĂŁo tremendo…