Coda
Inútil escapar. A presença perdura.
Desde que sinto chĂŁo
ou de verde
ou de pedraé teu rastro que encontro e encontro em ti meu chão.
E quando te pressinto
o de verde Ă© mais terno
e o de mais dura pedra
um sensĂvel durâmen.Tu que arrancas atĂ© da rocha viva o sangue,
tu que vens pela foz destes veios de eu te amo:
— Em que século, amor, nossas almas se fundem?
Em que terra?Através de que mar? Ah que céu
velho céu já chorou por nós — perdidos cúmulos —
guaiando em nosso mundo impossĂveis azuis?
E desde quando o amor se abriu aos nossos olhos?
De que abrolhos e sal de amar nos marejou?Em meu solo Ă©s madeiro
e nave
e asa que sonha.
Em todo canto te acho e onde Ă© teu canto eu sou.
Poemas sobre Pedras de Stella Leonardos da Silva Lima Cabassa
2 resultados Poemas de pedras de Stella Leonardos da Silva Lima Cabassa. Leia este e outros poemas de Stella Leonardos da Silva Lima Cabassa em Poetris.
Do Aprendiz de Escultor
Existe uma voz na pedra?
Lá no alto daquela pedra
mora um colomi de pedra
chamado Itacolomi.
O colomi, lá da pedra
me fala: – NĂŁo queiras ouro.
Menino, teu ouro Ă© outro.
Escuta, AntĂ´nio Francisco,
tuas mĂŁos querem lavrar.
Procura tornar mais que ouro
a pedra que te encontrar.Existe voz na madeira?
Lá do alto daquela igreja
vive uma cruz de madeira,
a mais alta que já vi.
A cruz, lá do alto, me fala:
— Escuta, Antônio Francisco,
nĂŁo te coube em Vila Rica
muita lenha. Coube lenho
e mĂŁos que querem talhar.
Procura tornar madeiro
a madeira que te achar.