Letra para um hino
É possĂvel falar sem um nĂł na garganta
Ă© possĂvel amar sem que venham proibir
Ă© possĂvel correr sem que seja fugir.
Se tens vontade de cantar nĂŁo tenhas medo: canta.É possĂvel andar sem olhar para o chĂŁo
Ă© possĂvel viver sem que seja de rastos.
Os teus olhos nasceram para olhar os astros
se te apetece dizer nĂŁo grita comigo: nĂŁo.É possĂvel viver de outro modo. É
possĂvel transformares em arma a tua mĂŁo.
É possĂvel o amor. É possĂvel o pĂŁo.
É possĂvel viver de pĂ©.NĂŁo te deixes murchar. NĂŁo deixes que te domem.
É possĂvel viver sem fingir que se vive.
É possĂvel ser homem.
É possĂvel ser livre livre livre.
Poemas sobre PĂ©s de Manuel Alegre
2 resultadosLusĂada Exilado
Nem batalhas nem paz: obscura guerra.
DĂłi-me um paĂs neste paĂs que levo.
Sou este povo que a si mesmo se desterra
meu nome sĂŁo trĂŞs sĂlabas de trevo.Há nevoeiro em mim. Dentro de abril dezembro.
Quem nunca fui Ă© um grito na memĂłria.
E há um naufrágio em mim se de quem fui me lembro
há uma história por contar na minha história.Trago no rosto a marca do chicote.
Cicatrizes as minha condecorações.
Nas minhas mĂŁos Ă© que Ă© verdade D. Quixote
trago na boca um verso de Camões.Sou este camponês que foi ao mar
lavrou as ondas e mondou a espuma
e andou achando como a vindimar
terra plantada sobre o vento e a bruma.Sou este marinheiro que ficou em terra
lavrando a mágoa como se lavrar
nĂŁo fosse mais do que a perdida guerra
entre o nĂŁo ser na terra e o ser no mar.Eu que parti e que fiquei sempre presente
eu que tudo mandava e nunca fui senhor
eu que ficando estive sempre ausente
eu que fui marinheiro sendo lavrador.