radiograma
Alegre triste meigo feroz bĂŞbedo
lĂşcido
no meio do marClaro obscuro novo velhĂssimo obsceno
puro
no meio do marNado-morto Ă s quatro morto a nada Ă s cinco
encontrado perdido
no meio do mar
no meio do mar
Poemas sobre Quatro de Mário Cesariny
3 resultadosde profundis amamus
Ontem
Ă s onze
fumaste
um cigarro
encontrei-te
sentado
ficámos para perder
todos os teus eléctricos
os meus
estavam perdidos
por natureza própriaAndámos
dez quilĂłmetros
a pé
ninguém nos viu passar
excepto
claro
os porteiros
Ă© da natureza das coisas
ser-se visto
pelos porteirosOlha
como sĂł tu sabes olhar
a rua os costumesO PĂşblico
o vinco das tuas calças
está cheio de frio
e há quatro mil pessoas interessadas
nissoNĂŁo faz mal abracem-me
os teus olhos
de extremo a extremo azuis
vai ser assim durante muito tempo
decorrerão muitos séculos antes de nós
mas nĂŁo te importes
nĂŁo te importes
muito
nĂłs sĂł temos a ver
com o presente
perfeito
corsários de olhos de gato intransponĂvel
maravilhados maravilhosos Ăşnicos
nem pretérito nem futuro tem
o estranho verbo nosso
Um Grande UtensĂlio de Amor
um grande utensĂlio de amor
meia laranja de alegria
dez toneladas de suor
um minuto de geometriaquatro rimas sem coração
dois desastres sem novidade
um preto que vai para o sertĂŁo
um branco que vem Ă cidadeuma meia-tinta no sol
cinco dias de angĂşstia no foro
o cigarro a descer o paiol
a trepanação do touromil bocas a ver e a contar
uma altura de fazer turismo
um arranha-céus a ripar
meia-quarta de cristianismouma prancha sem porta sem escada
um grifo nas linhas da mĂŁo
uma Ibéria muito desgraçada
um Rossio de solidĂŁo