As Minhas Rosas
Sim! a minha ventura quer dar felicidade;
NĂŁo Ă© isso que deseja toda a ventura?
Quereis colher as minhas rosas?
Baixai-vos entĂŁo, escondei-vos,
Entre as rochas e os espinheiros,
E chupai muitas vezes os dedos.
Porque a minha ventura Ă© maligna,
Porque a minha ventura é pérfida.
Quereis apanhar as minhas rosas?
Poemas sobre Rosas de Friedrich Nietzsche
2 resultadosÓ Minha Felicidade
Revejo os pombos de SĂŁo Marcos:
A praça está silenciosa; ali se repousa a manhã.
Indolentemente envio os meus cantos para o seio da suave
frescura,
Como enxames de pombos para o azul
Depois torno a chamá-los
Para prender mais uma rima Ă s suas penas.
— Ó minha felicidade! Ó minha felicidade!Calmo céu, céu azul-claro, céu de seda,
Planas, protector, sobre o edifĂcio multicor
De que gosto, que digo eu?… Que receio, que invejo…
Como seria feliz bebendo-lhe a alma!
Alguma vez lha devolveria?
NĂŁo, nĂŁo falemos disso, Ăł maravilha dos olhos!
— Ó minha felicidade! Ó minha felicidade!Severa torre, que impulso leonino
Te levantou ali, triunfante e sem custo!
Dominas a praça com o som profundo dos teus sinos…
Serias, em francês, o seu «accent aigu»!
Se, como tu, eu ficasse aqui,
Saberia a seda que me prende…
— Ó minha felicidade! Ó minha felicidade!Afasta-te, música. Deixa primeiro as sombras engrossar
E crescer até à noite escura e tépida.
É ainda muito cedo para ti, os teus arabescos de ouro
Ainda nĂŁo cintilam no seu esplendor de rosa;