Uma Filosofia Toda
As bolas de sabão que esta criança
Se entretém a largar de uma palhinha
SĂŁo translucidamente uma filosofia toda.
Claras, inĂșteis e passageiras como a Natureza,
Amigas dos olhos como as cousas,
SĂŁo aquilo que sĂŁo
Com uma precisão redondinha e aérea,
E ninguém, nem mesmo a criança que as deixa,
Pretende que elas sĂŁo mais do que parecem ser.
Algumas mal se vĂȘem no ar lĂșcido.
SĂŁo como a brisa que passa e mal toca nas flores
E que sĂł sabemos que passa
Porque qualquer cousa se aligeira em nĂłs
E aceita tudo mais nitidamente.
Poemas sobre SabĂŁo de Alberto Caeiro
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