O Macho

O macho nĂŁo Ă© menos a alma,
nem Ă© mais:
ele também está no seu lugar,
ele também é todo qualidades,
é acção e força,
nele se encontra
o fluxo do universo conhecido,
fica-lhe bem o desdém,
ficam-lhe bem os apetites e a ousadia,
o maior entusiasmo e as mais profundas paixões
ficam-lhe bem: o orgulho cabe a ele,
orgulho de homem à potência máxima
Ă© calmante e excelente para a alma,
fica-lhe bem o saber e ele o aprecia sempre,
tudo ele chama Ă  experiĂŞncia prĂłpria,
qualquer que seja o terreno,
quaisquer que sejam o mar e o vento,
no fim Ă© aqui que ele faz a sondagem.
(Onde mais lançaria ele a sonda,
senĂŁo aqui?)

Sagrado Ă© o corpo do homem
como sagrado Ă© o corpo da mulher,
sagrado — não importa de quem seja.
É o mais humilde numa turma de operários?
É um dos imigrantes de face turva
apenas desembarcados no cais?
SĂŁo todos daqui ou de qualquer parte,
da mesma forma que os bem situados,
da mesma forma que qualquer um de vocĂŞs:
cada qual há-de ter na procissão
o lugar dele ou dela.

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