O Mar Ă© Longe, mas Somos NĂłs o Vento
O mar Ă© longe, mas somos nĂłs o vento;
e a lembrança que tira, até ser ele,
Ă© doutro e mesmo, Ă© ar da tua boca
onde o silĂŞncio pasce e a noite aceita.
Donde estás, que névoa me perturba
mais que nĂŁo ver os olhos da manhĂŁ
com que tu mesma a vês e te convém?
Cabelos, dedos, sal e a longa pele,
onde se escondem a tua vida os dá;
e Ă© com mĂŁos solenes, fugitivas,
que te recolho viva e me concedo
a hora em que as ondas se confundem
e nada é necessário ao pé do mar.
Poemas sobre Sal de Pedro Tamen
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A Luz que Vem das Pedras
A luz que vem das pedras, do Ăntimo da pedra,
tu a colhes, mulher, a distribuis
tĂŁo generosa e Ă janela do mundo.
O sal do mar percorre a tua lĂngua;
nĂŁo sĂŁo de mais em ti as coisas mais.
Melhor que tudo, o voo dos insectos,
o ritmo nocturno do girar dos bichos,
a chave do momento em que começa o canto
da ave ou da cigarra
— a mão que tal comanda no mesmo gesto fere
a corda do que em ti faz acordar
os olhos densos de cada dia um sĂł.
Quem está salvando nesta respiração
boca a boca real com o universo?