Fado das queixas
P’ra que te queixas de mim
Se eu sou assim
como tu Ă©s,
Barco perdido no mar
Que anda a bailarCom as marés?
Tu já sabias
Que eu tinha o queixume
Do mesmo ciĂşme
Que sempre embalei…
Tu já sabias
Que amava deveras;
Também quem tu eras,
Confesso, nĂŁo sei!Estribilho:
NĂŁo sei
Quem Ă©s
Nem quero saber,
Errei
Talvez,
Mas que hei-de fazer?
A tal paixĂŁo
Que jamais findará,
– Pura ilusĂŁo! –
Ninguém sabe onde está!
Dos dois,
Diz lá
O que mais sofreu!
Diz lá
Que o resto sei eu!P’ra que me queixo eu tambĂ©m
Do teu desdem
Que me queimou
Se Ă© eu queixar-me afinal
Dum temporal
Que já passou?
Tu nem calculas
As mágoas expressas
E a quantas promessas
Calámos a voz!
Tu nem calculas
As bocas que riam
E quantas podiam
Queixar-se de nĂłs!Estribilho
Poemas sobre Sempre de Frederico de Brito
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