ConfissĂŁo
Meus lĂĄbios, meus olhos (a flor e o veludo…)
Minha ideia turva, minha voz sonora,
Meu corpo vestido, meu sonho desnudo…
Senhor confessor! Sabeis tudo â tudo!
Quanto o vulgo, ingénuo, ao saudar-me, ignora!Sabeis que em meus beijos a fome dormira
Antes que da orgia a fĂ© despertasse…
Sabeis que sem oiro o mundo Ă© mentira
E, como do fruto que Deus proibira,
Um luar tombou, manchando-me a face.PĂĄssaro, cativo da noite infinita!
Ăguia de asa inĂștil, pela noite presa!
Ă cruz dos poetas! Ăł noite infinita!
Ă palavra eterna! minha Ășnica escrita!
Beleza! Beleza! Beleza! Beleza!Eis as minhas mĂŁos! Quem pode prendĂȘ-las?
SĂŁo frĂĄgeis, mas nelas hĂĄ dedos inteiros.
Senhor confessor! Quem nĂŁo conta estrelas?
Meus dedos, um dia, contaram estrelas…
Quem conta as estrelas nĂŁo conta dinheiros!
Poemas sobre Senhores de Pedro Homem de Melo
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