Poemas sobre Sentidos de Pedro Homem de Melo

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Poemas de sentidos de Pedro Homem de Melo. Leia este e outros poemas de Pedro Homem de Melo em Poetris.

Os Poetas

Nunca os vistes
Sentados nos cafés que há na cidade,
Um livro aberto sobre a mesa e tristes,
IncĂłgnitos, sem oiro e sem idade?

Com magros dedos, coroando a fronte,
Sugerem o nostálgico sentido
De quem rasgasse um pouco de horizonte
Proibido…

Fingem de reis da Terra e do Oceano
(E filhos sĂŁo legĂ­timos do vĂ­cio!)
Tudo o que neles nos pareça humano
É fogo de artifício.

Por vezes, fecham-lhes as portas
— Ódio que a nada se resume —
Voltam, depois, a horas mortas,
Sem um queixume.

E mostram sempre novos laivos
De poesia em seu olhar…

Adolescentes! Afastai-vos
Quando algum deles vos fitar!

Os Amigos Infelizes

Andamos nus, apenas revestidos
Da mĂşsica inocente dos sentidos.

Como nuvens ou pássaros passamos
Entre o arvoredo, sem tocar nos ramos.

No entanto, em nĂłs, o canto Ă© quase mudo.
Nada pedimos. Recusamos tudo.

Nunca para vingar as prĂłprias dores
Tiramos sangue ao mundo ou vida Ă s flores.

E a noite chega! Ao longe, morre o dia…
A Pátria Ă© o CĂ©u. E o CĂ©u, a Poesia…

E há mãos que vêm poisar em nossos ombros
E somos o silĂŞncio dos escombros.

Ă“ meus irmĂŁos! em todos os paĂ­ses,
Rezai pelos amigos infelizes!