CiĂșme
VĂŁo decorrendo as horas, vĂŁo-se os dias,
Mas como outrora ela nĂŁo vem. CiĂșme?
Olho em redor de mim, meu pobre lume,
SĂŁo tudo cinzas mortas, cinzas frias.Bateu o relĂłgio as horas do costume,
E tu nĂŁo vens, jĂĄ nĂŁo te vejo mais…
Dos nossos dias, vivos, triunfais,
SĂł restam coisas mortas e sombrias.NĂŁo sei que mĂĄgoa e dor meus olhos cobre.
Sinto que alguém morreu dentro de mim.
Bate o relĂłgio as horas, como um dobre,
A dizer, a dizer: tudo tem fim.Vai a tarde a morrer, e um frio imenso
Cai sobre mim como um PĂłlo de gelo.
Junto de ti, quem estarĂĄ, eu penso,
A beijar, em silĂȘncio, o teu cabelo?Nessas tardes, assim, vagas, sensuais,
Eu nĂŁo quero pensar um sĂł momento.
Se foram minhas, hoje sĂŁo dos mais…
Deixo-as morrer no frio esquecimento.
Poemas sobre SilĂȘncio de Alfredo Brochado
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