Poemas sobre SilĂȘncio de JosĂ© Afonso

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Alegria da criação

Plantei a semente da palavra
Antes da cheia matar o meu gado
Ensinei ao meu filho a lavra e a colheita
num terreno ao lado
a palavra rompeu
Cresceu como a baleia
no silĂȘncio da noite Ă  lua cheia
Vi mudar estaçÔes
Soprar a ventania
Brilhar de novo o sol
sobre a baĂ­a
Fui um bom engenheiro
Um bom castor
Amei a minha amada
Com amor
De nada me arrependo
SĂł a vida
me ensinou a cantar
esta cantiga

Que amor nĂŁo me engana

Que amor nĂŁo me engana
Com a sua brandura
Se de antiga chama
Mal vive a amargura

Duma mancha negra
Duma pedra fria
Que amor nĂŁo se entrega
Na noite vazia

E as vozes embarcam
Num silĂȘncio aflito
Quanto mais se apartam
Mais se ouve o seu grito

Muito Ă  flor das ĂĄguas
Noite marinheira
Vem devagarinho
Para a minha beira

Em novas coutadas
Junto de uma hera
Nascem flores vermelhas
Pela Primavera

Assim tu souberas
IrmĂŁ cotovia
Dizer-me se esperas
O nascer do dia