Poemas sobre Sombrios de Fernanda de Castro

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Poemas de sombrios de Fernanda de Castro. Leia este e outros poemas de Fernanda de Castro em Poetris.

SilĂȘncio, Nostalgia…

SilĂȘncio, nostalgia…
Hora morta, desfolhada,
sem dor, sem alegria,
pelo tempo abandonada.

Luz de Outono, fria, fria…
Hora inĂștil e sombria
de abandono.
Não sei se é tédio, sono,
silĂȘncio ou nostalgia.

InterminĂĄvel dia
de indizíveis cansaços,
de funda melancolia.
Sem rumo para os meus passos,
para que servem meus braços,
nesta hora fria, fria?

Os Anos sĂŁo Degraus

Os anos sĂŁo degraus, a Vida a escada.
Longa ou curta, sĂł Deus pode medi-la.
E a Porta, a grande Porta desejada,
sĂł Deus pode fechĂĄ-la,
pode abri-la.

SĂŁo vĂĄrios os degraus; alguns sombrios,
outros ao sol, na plena luz dos astros,
com asas de anjos, harpas celestiais.
Alguns, quilhas e mastros
nas mĂŁos dos vendavais.

Mas tudo sĂŁo degraus; tudo Ă© fugir
à humana condição.
Degrau apĂłs degrau,
tudo Ă© lenta ascensĂŁo.

Senhor, como é possível a descrença,
imaginar, sequer, que ao fim da Estrada,
se encontre apĂłs esta ansiedade imensa
uma porta fechada
e mais nada?