Alguém
Para alguĂ©m sou o lĂrio entre os abrolhos,
E tenho as formas ideais de Cristo;
Para alguém sou a vida e a luz dos olhos,
E, se na Terra existe, é porque existo.Esse alguém, que prefere ao namorado
Cantar das aves minha rude voz,
NĂŁo Ă©s tu, anjo meu idolatrado!
Nem, meus amigos, Ă© nenhum de vĂłs!Quando, alta noite, me reclino e deito,
MelancĂłlico, triste e fatigado,
Esse alguém abre as asas no meu leito,
E o meu sono desliza perfumado.Chovam bênçãos de Deus sobre a que chora
Por mim além dos mares! esse alguém
É de meus olhos a esplendente aurora;
És tu, doce velhinha, ó minha mãe!
Poemas sobre Sono de António Cândido Gonçalves Crespo
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