Meto-me para Dentro
Meto-me para dentro, e fecho a janela.
Trazem o candeeiro e dĂŁo as boas noites,
E a minha voz contente dĂĄ as boas noites.
OxalĂĄ a minha vida seja sempre isto:
O dia cheio de sol, ou suave de chuva,
Ou tempestuoso como se acabasse o Mundo,
A tarde suave e os ranchos que passam
Fitados com interesse da janela,
O Ășltimo olhar amigo dado ao sossego das ĂĄrvores,
E depois, fechada a janela, o candeeiro aceso,
Sem ler nada, nem pensar em nada, nem dormir,
Sentir a vida correr por mim como um rio por seu leito.
E lĂĄ fora um grande silĂȘncio como um deus que dorme.
Poemas sobre Ăltimos de Alberto Caeiro
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A Tua Beleza para Mim EstĂĄ em Existires
Ăltima estrela a desaparecer antes do dia,
Pouso no teu trĂȘmulo azular branco os meus olhos calmos,
E vejo-te independentemente de mim;
Alegre pelo critério (?) que tenho em Poder ver-te
Sem âestado de almaâ nenhum, sonho ver-te.
A tua beleza para mim estĂĄ em existires
A tua grandeza estĂĄ em existires inteiramente fora de mim.
Ă talvez o Ășltimo dia da minha vida.
Ă talvez o Ășltimo dia da minha vida.
Saudei o Sol, levantando a mĂŁo direita,
Mas nĂŁo o saudei, dizendo-lhe adeus,
Fiz sinal de gostar de o ver antes: mais nada.
Ă Talvez o Ăltimo Dia da Minha Vida
Ă talvez o Ășltimo dia da minha vida.
Saudei o sol, levantando a mĂŁo direita,
Mas nĂŁo o saudei, para lhe dizer adeus.
Fiz sinal de gostar de o ver ainda, mais nada.