Poemas sobre Viagens de Ant贸nio Nobre

2 resultados
Poemas de viagens de Ant贸nio Nobre. Leia este e outros poemas de Ant贸nio Nobre em Poetris.

Os Cavalleiros

– Onde vaes tu, cavalleiro,
Pela noite sem luar?
Diz o vento viajeiro,
Ao lado d’elle a ventar…
N茫o responde o cavalleiro,
Que vae absorto a scismar.
– Onde vaes tu, torna o vento,
N’esse doido galopar?
Vaes bater a algum convento?
Eu ensino-te a rezar.
E a lua surge, um momento,
A lua, convento do Ar.
– Vaes levar uma mensagem?
D谩-m’a que eu vou-t’a entregar:
Ir谩s em meia viagem
E eu j谩 de volta hei-de estar.
E o cavalleiro, 谩 passagem,
Faz as arvores vergar.
– Vaes escalar um mosteiro?
Eu ajudo-t’o a escalar:
N茫o ha no mundo pedreiro
Que a mim se possa egualar!
N茫o responde o cavalleiro
E o vento torna a fallar:
– Dize, dize! vaes p’ra guerra?
Monta em mim, vou-te levar:
N茫o ha cavallo na Terra
Que tenha t茫o bom andar…
E os trov玫es rolam na serra
Como vagas a arrolar!
– E as guerras has-de ganhal-as,
Que por ti hei-de velar:
Ponho-me 谩 frente das balas
Para a for莽a lhes tirar!

Continue lendo…

Certa Velhinha

1

Al茅m, na tapada das Quatorze Cruzes,
Que triste velhinha que vae a passar!
N茫o leva candeia; hoje, o c茅u n茫o tem luzes…
Cautella, velhinha, n茫o v谩s trope莽ar!

Os ventos entoam cantigas funestas,
Relampagos tingem de vermelho o Azul!
Aonde ir谩 ella, n’uma noite d’estas,
Com vento da Barra puxado do sul?

Aonde ir谩 ella, pastores! boieiras!
Aonde ir谩 ella, n’uma noite assim?
Se for un phantasma, fazei-lhe fogueiras,
Se for uma bruxa, queimae-lhe alecrim!

Contava-me aquella que a tumba j谩 cerra,
Que Nossa Senhora, quando a chama alguem,
Escolhe estas noites p’ra descer 谩 Terra,
Porque em noites d’estas n茫o anda ninguem…

Al茅m, na tapada das Quatorze Cruzes,
Que linda velhinha que vem a passar!
E que olhos aquelles que parecem luzes!
Quaes velas accezas que a v锚m a guiar…

Que pobre capinha que leva de rastros,
T茫o velha, t茫o r么ta! Que triste viuvez!
Mas se lhe d谩 vento, meu Deus! tantos astros!
脡 o c茅u estrellado vestido do envez…

Seu alvo cabello, molhado das chuvas,
Parece uma vinha de luar em flor…

Continue lendo…