Miseria Occulta
Bate nos vidros a aurora,
Vem depois a noute escura;
E o pobre astro que ali m贸ra,
N茫o abandona a costura!Para uns a vida 茅 d’abrolhos!
Para outros mouta de lyrios!
Bem o revelam seus olhos,
Pisados pelos martyrios!Miseria afugenta tudo!
Miseria tem dons funestos!
Quem 茅 que gaba o velludo
D’aquelles olhos honestos!…Ninguem seus olhos brilhantes
Descobre n’essas alturas…
E aquellas formas t茫o puras,
E aquellas m茫os elegantes!Sempre 谩 costura inclinada!
Morra o sol ou surja a lua
Nunca vi descer 谩 rua
Aquella loura encantada!Aquelle lyrio dobrado
Por que assim vive escondido!
Eu bem sei!–n茫o tem cal莽ado!
E 茅 muito usado o vestido!Por isso n茫o tem porvir
Morrer谩 virgem e nova,
E aguarda-a bem cedo a cova…
Que eu bem a ou莽o tossir!Miseria afugenta tudo!
Miseria tem dons funestos!
Quem 茅 que gaba o veludo
D’aquelles olhos honestos!Pobre flor desfalecida
T茫o nova e ainda em bot茫o!
Como teve estreita a vida,
Poemas sobre Vidros de Ant贸nio Gomes Leal
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