Certa Velhinha

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Al茅m, na tapada das Quatorze Cruzes,
Que triste velhinha que vae a passar!
N茫o leva candeia; hoje, o c茅u n茫o tem luzes…
Cautella, velhinha, n茫o v谩s trope莽ar!

Os ventos entoam cantigas funestas,
Relampagos tingem de vermelho o Azul!
Aonde ir谩 ella, n’uma noite d’estas,
Com vento da Barra puxado do sul?

Aonde ir谩 ella, pastores! boieiras!
Aonde ir谩 ella, n’uma noite assim?
Se for un phantasma, fazei-lhe fogueiras,
Se for uma bruxa, queimae-lhe alecrim!

Contava-me aquella que a tumba j谩 cerra,
Que Nossa Senhora, quando a chama alguem,
Escolhe estas noites p’ra descer 谩 Terra,
Porque em noites d’estas n茫o anda ninguem…

Al茅m, na tapada das Quatorze Cruzes,
Que linda velhinha que vem a passar!
E que olhos aquelles que parecem luzes!
Quaes velas accezas que a v锚m a guiar…

Que pobre capinha que leva de rastros,
T茫o velha, t茫o r么ta! Que triste viuvez!
Mas se lhe d谩 vento, meu Deus! tantos astros!
脡 o c茅u estrellado vestido do envez…

Seu alvo cabello, molhado das chuvas,
Parece uma vinha de luar em flor…

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