Passagens sobre Possível

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Frases sobre possível, poemas sobre possível e outras passagens sobre possível para ler e compartilhar. Leia as melhores citações em Poetris.

Não é possível que a civilização ande para trás enquanto há jovens no mundo. A juventude pode ser teimosa, mas pode fazê-la avançar com uma grande distância.

O Serviço Militar Obrigatório

Deixem-me começar com uma confissão de fé política: o Estado é feito para o homem, não o homem para o Estado. Isto é igualmente verdade em ciência. Estas são convicções antigas pronunciadas por aqueles para quem o homem em si é o valor humano mais alto. Não teria de repeti-las se não fosse o facto de estarem constantemente em perigo de serem esquecidas, especialmente nos dias que correm, de standardização e de estereotipia. Creio que a missão mais importante do Estado é a de proteger o indivíduo e tornar possível o desenvolvimento de uma personalidade criativa.
O Estado deve ser nosso servo; não devemos ser escravos do Estado. O Estado viola este princípio quando nos força ao serviço militar obrigatório, especialmente porque o objectivo e efeito de tal servidão é matar pessoas de outras terras ou restringir-lhes a liberdade. De facto, somente devemos fazer sacrifícios em nome do Estado se servirem o livre desenvolvimento do homem (…)
O nacionalismo, actualmente elevado a alturas excessivas, está, em minha opinião, intimamente associado à instituição do serviço militar obrigatório ou, utilizando um eufemismo, à milícia. Qualquer Estado que exija o serviço militar aos seus cidadãos é compelido a cultivar neles o espírito do nacionalismo,

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O que não se soube fazer com a força virgem dos vinte e cinco anos, como é possível fazê-lo com as taras dos trinta?

A Força do Preconceito

Nós em teoria compreendemos as pessoas, mas na prática não as suportamos, pensei, na maior parte das vezes só a contragosto lidamos com elas, e tratamo-las sempre de acordo com o nosso próprio ponto de vista. Não deveríamos no entanto considerar e tratar as pessoas apenas segundo o nosso ponto de vista, mas sim considerá-las e tratá-las segundo todos os pontos de vista, pensei, lidar com elas de uma maneira que pudéssemos dizer que lidámos com elas sem o mínimo preconceito, por assim dizer, mas isso não é possível porque, na realidade, alimentamos sempre preconceitos para com toda a gente.

Nós mantivemos a humanidade viva e, no entanto, permitimos que os homens nos desprezassem e venerassem nossos destruidores. Permitimos que eles reverenciassem a incompetência e a brutalidade, os que recebiam o que não mereciam e davam o imerecido. Ao aceitar o castigo não por nossas faltas, mas por nossas virtudes, traímos nosso código e tornamos o deles possível.

Todo o indivíduo tem direito à honra; à glória, apenas as excepções, pois apenas mediante realizações excepcionais é possível atingi-la.

Carta (Esboço)

Lembro-me agora que tenho de marcar um
encontro contigo, num sítio em que ambos
nos possamos falar, de facto, sem que nenhuma
das ocorrências da vida venha
interferir no que temos para nos dizer. Muitas
vezes me lembrei de que esse sítio podia
ser, até, um lugar sem nada de especial,
como um canto de café, em frente de um espelho
que poderia servir de pretexto
para reflectir a alma, a impressão da tarde,
o último estertor do dia antes de nos despedirmos,
quando é preciso encontrar uma fórmula que
disfarce o que, afinal, não conseguimos dizer. É
que o amor nem sempre é uma palavra de uso,
aquela que permite a passagem à comunicação ;
mais exacta de dois seres, a não ser que nos fale,
de súbito, o sentido da despedida, e que cada um de nós
leve, consigo, o outro, deixando atrás de si o próprio
ser, como se uma troca de almas fosse possível
neste mundo. Então, é natural que voltes atrás e
me peças: «Vem comigo!», e devo dizer-te que muitas
vezes pensei em fazer isso mesmo,

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O Animal que Pesa no Homem

Não se constrói o mundo só com a parte minúscula do homem, que é com que os pregadores do futuro julgam poder construí-lo. Há a outra parte, a interesseira, a comilona, e é essa parte que vós acenais para a ilusão. A parte grossa, a parte animal em disputa, a que dá facadas por causa de uma sardinha, a que dá tiros por causa de um olhar em desafio, a que dá pontapés numa pedra só porque tropeçou nela, ainda que fique ele pontapeado, a que rosna por causa de um osso, a que de todos os horizontes possíveis só distingue o da gamela, a pesada e grossa, a gordurosa. Em nove décimos do homem o que pesa é o animal. E é com o décimo que resta que quereis reinventá-lo. Quereis? Mas é da parte que negais nos outros que vos servis de engodo para a pregação. Meu Deus.

A Razão ao Serviço do Instinto

O homem é um ser que tem necessidades na medida em que pertence ao mundo sensível, e, a esse respeito, a sua razão tem certamente um encargo que não pode declinar em relação à sensibilidade, o de se ocupar dos interesses da última, o de constituir máximas práticas, em vista da felicidade desta vida e também, quando é possível, da felicidade de uma vida futura. Mas não é, no entanto, tão completamente animal para ser indiferente a tudo o que a razão lhe diz por ela mesma e para empregá-la simplesmente como um instrumento próprio para satisfazer as suas necessidades como ser sensível. Pois o facto de ter a razão não lhe dá absolutamente um valor superior à simples animalidade, se ela só devesse servir-lhe para o que o instinto realiza nos animais.

Aptidão, Vontade, e Acção

No reino da Natureza dominam o movimento e o agir. No reino da liberdade dominam a aptidão e o querer. O movimento é perpétuo e, sendo favoráveis as circunstâncias, manifesta-se necessariamente nos fenómenos. As aptidões, desenvolvendo-se embora em correspondência com a Natureza, têm contudo que ser postas em exercício por parte da vontade para poderem elevar-se gradualmente. É por isso que nunca temos no exercício livre da vontade a mesma certeza que temos na autonomia do agir natural; este último é qualquer coisa que se produz a si mesma enquanto que o primeiro é produzido.
O exercício da vontade, para ser perfeito e eficaz, tem que se adequar: no plano moral, à consciência – a uma consciência sem erro -, e, no domínio das artes, à regra – a uma regra que em nenhum lado está enunciada. A consciência não precisa de nenhum patrocínio, porque tem tudo o que lhe é necessário e porque só tem que ver com o mundo pessoal interior. O génio também não precisaria de nenhuma regra, mas, uma vez que a sua eficácia se dirige para o exterior, está na dependência de múltiplas contingências materiais e temporais, não lhe sendo possível escapar a erros que daí decorrem.

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O essencial na vida não é convencer ninguém, nem talvez isso seja possível; o que é preciso é que eles sejam nossos amigos; para tal, seremos nós amigos deles; que forças hão de trabalhar o mundo se pusermos de parte a amizade?

Dormir a sós é muito solitário, crianças que o digam. Se possível, durma com alguém que você ama. Vocês recarregarão mutuamente as baterias, e sem custos.

A Liberdade não Existe na Natureza

A liberdade é uma simples ideia cuja realidade objectiva não pode ser evidenciada de nenhuma maneira segundo as leis da natureza, portanto em nenhuma experiência possível, que, em consequência, justamente porque jamais se pode colocar um exemplo sob ela, segundo alguma analogia, jamais pode ser compreendida nem mesmo apenas percebida.

É possível doar muito sem criar obrigações:
a maneira de dar vale muito mais do que o donativo.

Não há amizade possível entre os homens e as mulheres. Há paixão, inimizade, adoração, amor, mas não amizade.

Uma pessoa pode enganar muita gente durante um certo tempo; pode até mesmo enganar algumas pessoas todo o tempo; mas não será possível enganar pra sempre