Ó poderoso amor! que por alguns respeitos transformas um animal em homem e por alguns outros, tornas um homem em animal.
Passagens sobre Respeito
401 resultadosComo Manipular um Público
Segundo uma lei conhecida, os homens, considerados colectivamente, são mais estúpidos do que tomados individualmente. Numa conversa a dois, convém que respeitemos o parceiro, mas essa regra de conduta já não é tão indispensável num debate público em que se trata de dispor as massas a nosso favor.
Há uns anos, um político pagou a figurantes para o aplaudirem numa concentração. Como bom profissional, compreendera que uma claque, embora não melhore o discurso, predispõe melhor os espectadores a descobrirem os seus méritos. O mimetismo é a mola principal para mover as massas no sentido do entusiasmo, do respeito ou do ódio. Mesmo perante um pequeno público de trinta pessoas, há sempre algo de religioso que provém da coagulação dos sentimentos individuais em expressão colectiva. No meio de um grupo, é necessária uma certa energia para pensar contra a maioria e coragem para exprimir abertamente essa opinião.
Os manipuladores de opinião ou, para utilizar uma palavra mais delicada, os comunicadores, sabem que, para conduzir mentalmente uma assembleia numa determinada direcção, é necessário começar por agir sobre os seus líderes. A primeira tarefa consiste em determinar quem são, apesar de eles próprios não o saberem. Um manipulador não tarda a distinguir o punhado de indivíduos em que pode apoiar-se para influenciar os outros.
O respeito de si próprio é, depois da religião, o principal freio de todos os vícios.
A Espontaneidade
O homem produz tudo o que sai da sua natureza. Concorre com a sua actividade; fornece a força bruta que produz o resultado. Mas a direcção dessa força não lhe pertence. Dá a matéria: a forma, porém, vem doutra parte. O verdadeiro autor das obras espontâneas é a natureza humana, ou, se se quiser, a causa superior da natureza. Neste ponto torna-se indiferente atribuir a causalidade a Deus ou ao Homem. O Espontâneo é à uma humano e divino. Está nisto a conciliação de opiniões, antes incompletas do que contraditórias, que, segundo dizem respeito a uma ou outra face do fenómeno, têm igualmente uma parte de verdade.
Civilização Racional
O nosso conhecimento do valor histórico de certas doutrinas religiosas aumenta o nosso respeito por elas, mas não invalida a nossa posição, segundo a qual devem deixar de ser apresentadas como os motivos para os preceitos da civilização. Pelo contrário! Esses resíduos históricos auxiliaram-nos a encarar os ensinamentos religiosos como relíquias neuróticas, por assim dizer, e agora podemos arguir que provavelmente chegou a hora, tal como acontece num tratamento analítico, de substituir os efeitos da repressão pelos resultados da operação racional do intelecto. Podemos prever, mas dificilmente lamentar, que tal processo de remodelação não se deterá na renúncia à transfiguração solene dos preceitos culturais, mas que a sua revisão geral resultará em que muitos deles sejam eliminados. Desse modo, a nossa tarefa de reconciliar os homens com a civilização estará, até um grande ponto, realizada. Não precisamos de deplorar a renúncia à verdade histórica quando apresentamos fundamentos racionais para os preceitos da civilização. As verdades contidas nas doutrinas religiosas são, afinal de contas, tão deformadas e sistematicamente disfarçadas, que a massa da humanidade não pode identificá-las como verdade. O caso é semelhante ao que acontece quando dizemos a uma criança que os recém-nascidos são trazidos pela cegonha. Aqui, também estamos a contar a verdade sob uma roupagem simbólica,
Gosto muito do meu marido, o respeito muito, ele é um homem extraordinário. Casei-me pela primeira vez quando era adolescente. Depois encontrei-o, fixei-me. O resto da minha vida é escrever, sonhar, viver, mais nada!
A Redução do Pensamento à Palavra
O homem parecia ter desapontadamente perdido o sentido do que queria anotar. E hesitava, mordia a ponta do lápis como um lavrador embaraçado por ter que transformar o crescimento do trigo em algarismos. De novo revirou o lápis, duvidava e de novo duvidava, com um respeito inesperado pela palavra escrita. Parecia-lhe que aquilo que lançasse no papel ficaria definitivo, ele não teve o desplante de rabiscar a primeira palavra. Tinha a impressão defensiva de que, mal escrevesse a primeria, e seria tarde demais. Tão desleal era a potência da mais simples palavra sobre o mais vasto dos pensamentos. Na realidade o pensamento daquele homem era apenas vasto, o que não o tornava muito utilizável. No entanto parece que ele sentia uma curiosa repulsa em concretizá-lo, e até um pouco ofendido como se lhe fizessem proposta dúbia.
Eu acredito em ti e em mim. Sou como Albert Schweitzer, Bertrand Russell e Albert Einstein no sentido em que tenho respeito pela vida – em todas as suas formas. Acredito na natureza, nos pássaros, no mar, no céu, em tudo aquilo que posso ver ou onde existe uma evidência real. Se são estas coisas que entendem por Deus, então eu acredito em Deus. Mas não acredito num Deus pessoal no qual procure conforto ou uma vantagem no próximo lançamento dos dados.
Escrita e Interpretação
Sócrates: Você sabe, Fedro, esta é a singularidade do escrever, que o torna verdadeiramente análogo ao pintar. As obras de um pintor mostram-se a nós como se estivessem vivas; mas, se as questionamos, elas mantêm o mais altivo silêncio. O mesmo se dá com as palavras escritas: parecem falar conosco como se fossem inteligentes, mas, se lhes perguntamos qualquer coisa com respeito ao que dizem, por desejarmos ser instruídos, elas continuam para sempre a nos dizer exactamente a mesma coisa. E, uma vez que algo foi escrito, a composição, seja qual for, espalha-se por toda a parte, caindo em mãos não só dos que a compreendem mas também dos que não têm relação alguma com ela; não sabe como se dirigir às pessoas certas e não se dirigir às erradas. E, quando é maltratada ou injustamente ultrajada, precisa sempre que o seu pai lhe venha em socorro, sendo incapaz de se defender ou de cuidar de si própria.
Adoro os escândalos dos outros. Os que me dizem respeito não me interessam. Não tem o atrativo da novidade.
A morte conhece tudo a nosso respeito, e talvez por isso seja triste.
Fiou Se O Coração, De Muito Isento
Fiou se o coração, de muito isento,
de si cuidando mal, que tomaria
tão ilícito amor tal ousadia,
tal modo nunca visto de tormento.Mas os olhos pintaram tão a tento
outros que visto tem na fantasia,
que a razão, temerosa do que via,
fugiu, deixando o campo ao pensamento.Ó Hipólito casto, que, de jeito,
de Fedra, tua madrasta, foste amado,
que não sabia ter nenhum respeito:em mim vingou o amor teu casto peito;
mas está desse agravo tão vingado,
que se arrepende já do que tem feito.
Diante da imponente erudição de tais sabições, às vezes digo para mim mesmo: ah, essa pessoa deve ter pensado muito pouco para poder ter lido tanto! Até mesmo quando se relata, a respeito de Plínio, o Velho, que ele lia sem parar ou mandava que lesse para ele, seja à mesa, em viagens ou no banheiro, sinto a necessidade de me perguntar se o homem tinha tanta falta de pensamentos próprios que era preciso um afluxo contínuo de pensamentos alheios, como é preciso dar a quem sofre de tuberculose um caldo para manter sua vida.
Um Certo Grau de Desafogo
Depressa compreendi como para um homem na minha posição se tornava indispensável uma certa riqueza. Seria tão desagradável para mim ter uma excessiva fortuna, como não ter nenhuma. A dignidade e o respeito próprios são inseparáveis de um certo grau de desafogo. Eis o que eu aprecio, aquilo de que eu necessito – mais do que as pequenas comodidades que uma riqueza relativa permite. O que se segue a esta necessidade de independência é a tranquilidade de espírito: é sentir-se livre dos cuidados e dos empreendimentos ignóbeis que acarretam sempre as dificuldades monetárias. É necessária uma grande prudência para chegar a este estado fundamental e mantermo-nos nele; é preciso ter constantemente em mente a necessidade desta calma e desta falta de preocupações materiais, que nos permite entregarmo-nos completamente aos empreendimentos mais elevados e que impede que a nossa alma e o nosso espírito se degradem.
A familiaridade encurta o respeito e rebaixa a autoridade.
Quanto é Melhor Calar, que Ser Ouvido
Silêncio divinal, eu te respeito!
Tu, meu Numen serás, serás meu guia
Se até ‘qui, insensato, errei a via
De Harpócrates, quebrando o são preceito,Hoje à vista do mal que tenho feito,
Em ser palreira pega em demasia,
Abraçarei a sã Filosofia
Pitagórica escola de proveito.Tenho visto que males tem nascido
Pelo muito falar: tenho sondado
Quanto é melhor calar, que ser ouvido.Minha língua vai ter férreo cadeado.
Eu a quero enfrear, arrependido
De tanto sem proveito ter falado.
Existe um critério quase infalível para determinar se um homem é realmente teu amigo: o modo como refere opiniões hostis ou descorteses a teu respeito.
O Homem não está à Altura da sua Obra
Dir-se-ia que a civilização moderna é incapaz de produzir uma elite dotada simultaneamente de imaginação, de inteligência e de coragem. Em quase todos os países se verifica uma diminuição do calibre intelectual e moral naqueles a quem cabe a responsabilização da direcção dos assuntos políticos, económicos e sociais. As organizações financeiras, industriais e comerciais atingiram dimensões gigantescas. São influenciadas não só pelas condições do país em que nasceram, mas também pelo estado dos países vizinhos e de todo o mundo. Em todas as nações produzem-se modificações sociais com grande rapidez. Em quase toda a parte se põe em causa o valor do regime político. As grandes democracias enfrentam problemas temíveis que dizem respeito à sua própria existência e cuja solução é urgente. E apercebemo-nos de que, apesar das grandes esperanças que a humanidade depositou na civilização moderna, esta civilização não foi capaz de desenvolver homens suficientemente inteligentes e audaciosos para a dirigirem na via perigosa por que a enveredou. Os seres humanos não cresceram tanto como as instituições criadas pelo seu cérebro. São sobretudo a fraqueza intelectual e moral dos chefes e a sua ignorância que põem em perigo a nossa civilização.
No que diz respeito ao desempenho, ao compromisso, ao esforço, à dedicação, não existe meio termo. Ou você faz uma coisa bem feita ou não faz.
És Feliz?
Só há uma forma de seres feliz: tens de fazer por isso.
És feliz? Queres ser? Fazes alguma coisa por isso?
Se fores, maravilha, transportas a belíssima responsabilidade de inspirar os outros a sê-lo também. Se ainda não és, mas queres sê-lo, o que tens feito por isso? Andas a respeitar-te mais vezes? A lutar pela vivência das tuas vontades? Andas mais perto da natureza? Já consegues dizer mais vezes aquilo que sentes e aquilo que pensas? Já não pões sempre os outros à tua frente? Começaste a cuidar do teu corpo e da tua alimentação? Reduziste os vícios? Se sim, fantástico. Parabéns! Gosto muito de pessoas felizes, mas a minha admiração vai toda para aqueles que, não o sendo ainda, lutam todos os dias para o ser, pela autodescoberta que os fará referência na vida de todos aqueles que os rodeiam. Agora, e por outro lado, se não tens andado a fazer nada disto nem nada semelhante, mais vale assumires que, afinal, ser feliz não é uma vontade tua. E está tudo bem na mesma. Apenas te peço, em nome da comunidade dos seres humanos que querem viver e desfrutar desta amável oportunidade que nos foi dada de aqui estar,