Passagens sobre Resultados

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Frases sobre resultados, poemas sobre resultados e outras passagens sobre resultados para ler e compartilhar. Leia as melhores citações em Poetris.

A Dependência é a Raiz de Todos os Males

O que deve um cão a um cão, um cavalo a um cavalo? Nada. Nenhum animal depende do seu semelhante. Tendo porém o homem recebido o raio da Divindade a que se chama razão, qual foi o resultado? Ser escravo em quase toda a terra. Se o mundo fosse o que parece dever ser, isto é, se em toda parte os homens encontrassem subsistência fácil e certa e clima apropriado à sua natureza, impossível teria sido a um homem servir-se de outro. Cobrisse-se o mundo de frutos salutares. Não fosse veículo de doenças e morte o ar que contribui para a existência humana. Prescindisse o homem de outra morada e de outro leito além do dos gansos e cabras monteses, não teriam os Gengis Cãs e Tamerlões vassalos senão os próprios filhos, os quais seriam bastante virtuosos para auxiliá-los na velhice.
No estado natural de que gozam os quadrúpedes, aves e répteis, tão feliz como eles seria o homem, e a dominação, quimera, absurdo em que ninguém pensaria: para quê servidores se não tivésseis necessidade de nenhum serviço? Ainda que passasse pelo espírito de algum indivíduo de bofes tirânicos e braços impacientes por submeter o seu vizinho menos forte que ele,

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O Sustentáculo do Amor

A paz é algo que nenhum homem pode dar a outro. Um dos fins mais importantes para quem arrisca ser quem é será o de construir a sua própria paz. Esta resulta de um trabalho duro de equilíbrio das vontades, de uma harmonização árdua das diferentes dimensões interiores, como o pensar e o sentir; é um estado ágil e dinâmico que, ao limite, permite ultrapassar e vencer qualquer adversidade.
A paz não é o estado de quem vive uma ausência de conflitos, é o resultado da conciliação corajosa das diferentes forças que, dentro e fora de cada homem, tentam prevalecer sobre as demais, menosprezando-se mutuamente.

Muitos são os que julgam ter encontrado a paz quando se livram do sonho do amor. Estão enganados, o caminho até à felicidade é ainda longo para quem cansado assim se contenta, repousando de uma luta que nem chegou a começar.

A paz é um ponto de passagem de quem ruma à plenitude da vida. A paz é o ponto de partida para o amor, que por sua vez lança o homem para a felicidade. A paz é o ponto de chegada dos que sofrem as dores mais profundas.

A verdade é tranquila.

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As mulheres manejam os homens como os bons jogadores de xadrez manejam os peões; não tocam num sem terem a vista fixa noutro, que pode dar melhor resultado.

O resultado mais elevado da instrução é a tolerância. É o espírito que conserva o melhor que todos os homens pensam.

Nota para não Escrever

Se o conhecimento é uma forma de escrita, mesmo sem palavras, uma respiração calada, a narrativa que o silêncio faz de si mesmo, então não se deve escrever, nem mesmo admitindo que fazê-lo seria o reconhecimento do conhecimento. Pode escrever-se acerca do silêncio, porque é um modo de alcançá-lo, embora impertinente. Pode também escrever-se por asfixia, porque essa não é maneira de morrer. Pode escrever-se ainda por ilusão criminal: às vezes imagina-se que uma palavra conseguirá atingir mortalmente o mundo. A alegria de um assassinato enorme é legítima, se embebeda o espírito, libertando-o da melancolia da fraternidade universal. Mas se apesar de tudo se escrever, escreva-se sempre para estar só. A escrita afasta concretamente o mundo. Não é o melhor método, mas é um. Os outros requerem uma energia espiritual que suspeita do próprio uso da escrita, como a religiosidade suspeita da religião e o demonismo da demonologia. A escrita – inferior na ordem dos actos simbólicos – concilia-se mal com a metamorfose interior – finalidade e símbolo, ela mesma, da energia espiritual. O espírito tende a transformar o espírito, e transforma-o. O resultado é misterioso. O resultado da escrita, não.

Crê em ti mesmo, age e verá os resultados. Quando te esforças, a vida também se esforça para te ajudar.

Ser amigo de alguém por causa das qualidades que tem é ter o coração como resultado de uma espécie de contabilidade. Não interessa a quem não é interesseiro, nem é oportuno a quem não for oportunista, pensar um amigo com o pensamento de quem arrola e afere defeitos e qualidades.

O Amor é o Contraegoísmo

Cada vez mais pessoas estão preocupadas consigo mesmas. Cuidam de si de uma forma tão dedicada que se poderia supor que estão a construir algo de verdadeiramente belo e forte; mas não… os resultados são normalmente fracos e frágeis. Gente manipulável que se deixa abater por uma simples brisa… cultivam o eu como a um deus, mas são facilmente derrubados pela mínima contrariedade.

Tendo a originalidade por moda não será paradoxal que a sociedade esteja a tornar-se cada vez mais uniforme? Como a multidão tende sempre a nivelar-se por baixo, estamos a tornar-nos cada vez piores.

Hoje parece não haver tempo nem espaço para um cuidado mais fundo com a nossa essência – são poucos os que hoje têm amigos verdadeiros com quem aprendem, a quem se dão e de quem recebem valores essenciais.
Por medo da solidão quer-se conhecer gente, cada vez mais gente. Talvez o facto de se buscar uma quantidade de amizades mais do que a qualidade das mesmas explique por que, afinal, há cada vez mais solidão… sempre que prefiro partir em busca do novo, escolho abandonar aquele(s) com quem estava.

O sucesso das redes virtuais é hoje um sintoma,

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Inspiração e Perseverança no Homem que Pensa

Não há nada de mais difícil em literatura do que descrever um homem a pensar. Um grande inventor respondeu um dia a quem lhe perguntava como fazia para ter tantas ideias novas: «pensando ininterruptamente nelas». E de facto bem pode dizer-se que as ideias inesperadas nos vêm porque estávamos à espera delas. São, em grande parte, o resultado conseguido de um carácter, de certas inclinações constantes, de uma ambição tenaz, de uma incessante ocupação com elas. Que tédio, uma perseverança assim! Mas, vista de outro ângulo, a solução de um problema intelectual não acontece de modo muito diferente, como um cão que traz um pau na boca e quer passar por uma porta estreita; vira a cabeça para a esquerda e para a direita tantas vezes até que consegue passar com o pau; o mesmo acontece connosco, apenas com a diferença de que não fazemos tantas tentativas ao acaso, mas sabemos já, por experiência, mais ou menos como fazer as coisas. E se uma cabeça inteligente, como é óbvio, revela muito mais habilidade e experiência nas voltas que dá do que uma cabeça estúpida, o momento em que consegue passar não é para ela menos surpreendente; de repente estamos do outro lado,

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A Utilidade da Escrita

Não se coloca o tema da utilidade, porque, pergunto: em que âmbito é útil seja o que for? Interessa-me este resultado: o de que em mim, expressando-se em gramática, em pauta, há uma expectativa ardente, uma ardente pergunta sem resposta, uma perplexidade ardente que me concedem um centro, um ponto de vista sobre a debandada das coisas, coisas centrífugas para diante, nos dias, no caos dos dias, centrífugas para trás, nos instantes mais densos da memória, átomos fosforecendo no caótico fluxo da memória. E então eu sei: respiro nessa pergunta, respiro na escrita dessa pergunta. Qualquer resposta seria um erro. Como eu próprio sugeri algures: um erro das musas distraídas.

Construir em Vez de Combater

Creio que uma das atitudes fundamentais do homem humano deve ser a de reconhecer em si, numa falta de compreensão ou numa falta de acção, a origem das deficiências que nota no ambiente em que vive; só começamos, na verdade, a melhorar quando deixamos de nos queixar dos outros para nos queixarmos de nós, quando nos resolvemos a fornecer nós mesmos ao mundo o que nos parece faltar-lhe; numa palavra, quando passamos de uma atitude de pessimista censura a uma atitude de criação optimista, optimista não quanto ao estado presente, mas quanto aos resultados futuros. O mesmo terá já dado um grande passo para impedir os ataques, quando aceitar que só puderam existir porque a sua acção não foi o que deveria ter sido; quando se lembrar ainda de que toda a sua coragem se não deve empregar a combater, mas a construir.

Medo de Casar

Resumo de todos os argumentos a favor e contra o meu casamento:
1. Incapacidade de suportar a vida sozinho, o que não implica incapacidade de viver, pelo contrário; até é improvável que eu saiba viver com alguém, mas sozinho não consigo aguentar o assalto da minha própria vida, as exigências da minha pessoa, os ataques do tempo e da idade, a vaga pressão do desejo de escrever, a insónia, a proximidade da loucura — não consigo aguentar isto só. É claro que junto «talvez» a tudo isto. A relação com F. vai dar à minha existência mais força para resistir.
2. Tudo me faz imediatamente pensar. Todas as piadas no jornal humorístico, o que me lembro de Flaubert e de Grillparzer, as camisas de noite nas camas dos meus pais, ali postas para a noite, o casamento de Max. Ontem a minha irmã disse: «Todas as pessoas casadas (as pessoas que conhecemos) são felizes. Não percebo», esta afirmação também me fez pensar, fiquei outra vez com medo.
3. Tenho de estar só muito tempo. O que consegui fazer foi apenas o resultado de estar só.
4. Odeio tudo o que não se relacione com a literatura,

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O que as pessoas não conseguiram, e alguma razão têm, foi vencer o medo de perder o emprego. E o resultado é a neutralização do espírito de militância que durante gerações caracterizou a classe operária.

A Sociedade é Baseada no Instinto Individual

A vida de uma sociedade é, fundamentalmente, uma vida de acção. As relações dos indivíduos adentro dela, são, fundamentalmente, relações entre as actividades, entre as acções, deles. As relações dessa sociedade com outras sociedades – sejam essas relações de que espécie forem – são relações de qualquer espécie de actividade, são relações de acção. É, portanto, pelas faculdades que conduzem à acção que o indivíduo é directamente social. Ora, como a ciência constata que são os instintos, os hábitos, os sentimentos – tudo quanto em nós constitui o inconsciente, ou o subconsciente – que levam à acção, segue que é pelos seus instintos, pelos seus hábitos, pelos seus sentimentos – e não pela sua inteligência – que o indivíduo é directamente social.
Por que espécie de instintos, porém, é que o indivíduo é directamente social? Alguns dos seus instintos, como o instinto de conservação e o instinto sexual, são sociais apenas indirectamente. Servindo-os, o indivíduo serve, em último resultado, a sociedade a que pertence, porque, mantendo a sua vida, mantém a vida de um elemento componente da sociedade a que pertence, e, propagando a espécie, contribui para a continuidade de vida dessa sociedade; mas nem um, nem outro, desses instintos tem um fim directamente social.

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Ao começar as minhas campanhas oceanográficas, dediquei-me desde logo quase exclusivamente ao estudo dos peixes que obtive, e fui levado principalmente a esta especialização de estudo, por ver a grande importância das pescarias da nossa costa, e acreditar que, talvez por um estudo metódico da distribuição e das épocas de passagem das diferentes espécies nas nossas águas, melhores resultados ainda pudessem ser obtidos.