O vício inerente ao capitalismo é a distribuição desigual de benesses; o do socialismo é a distribuição por igual das misérias.
Passagens sobre Socialismo
22 resultadosO socialismo real está dentro do homem. Não nasceu com Marx. Já existia nas comunas de Itália na Idade Média. Não podemos dizer que já está acabado.
Capitalismo é a exploração do homem pelo homem. O Socialismo é o contrário.
Vítimas e Vencidos
A ilusão constante da Revolução está em acreditar que as vítimas da força, estando inocentes das violências que se exercem, se lhes colocássemos na mão a força, a manuseariam com justiça. Mas à excepção das almas que estão bastante próximas da santidade, as vítimas são maculadas pela força como os carrascos. O mal que se encontra no punho da espada é transmitido para a ponta. E as vítimas, chegadas assim a este ponto e inebriadas pela mudança, fazem tanto mal ou mais ainda, e de imediato reincidem.
(…) O socialismo consiste em atribuir o bem aos vencidos, e o racismo aos vencedores. Mas a asa revolucionária do socialismo serve-se daqueles que, ainda nascidos em baixo, são por natureza e por vocação vencedores, e assim conduz à mesma ética.
Nem todos quantos estão dispostos a lutar pela liberdade estão dispostos a lutar pelo socialismo, mas todos quantos estão dispostos a lutar pelo socialismo estão prontos a lutar pela liberdade.
O Socialismo é a ciência de se lidar com o bem-estar geral
Socialismo significa apenas inveja do dinheiro alheio.
Como vemos agonizar o capitalismo, veremos agonizar o socialismo ou o sistema que lhe suceda, afogado pela mediocridade: esta a luta real entre o herói, que sempre se arrisca a ser crucificado, e a maioria que tão facilmente se resigna à colmeia, com a sua comida assegurada, a sua temperatura constante, a sua perfeita disciplina, até com o sacrifício dos que fecundam no azul e morrem.
O socialismo democrático, na Europa, enraíza na ética cristã, no humanismo e na filosofia clássica.
O socialismo é a filosofia do fracasso, a crença na ignorância, a pregação da inveja. Seu defeito inerente é a distribuição igualitária da miséria.
O Desejo de Discutir
Se as discussões políticas se tornam facilmente inúteis, é porque quando se fala de um país se pensa tanto no seu governo como na sua população, tanto no Estado como na noção de Estado enquanto tal. Pois o Estado como noção é uma coisa diferente da população que o compõe, igualmente diferente do governo que o dirige. É qualquer coisa a meio caminho entre o físico e o metafísico, entre a realidade e a ideia.
È a esse género de estirilidade que estão geralmente condenadas, tal como acontece com as discussões políticas, as que incidem sobre a religião, pois a religião pode ser sinónima de dogmas, ou de ritual, ou referir-se a posições pessoais do indivíduo sobre questões ditas eternas, o infinito e a eternidade, problemas do livre arbítrio e da responsabilidade ou, como se diz também: Deus.
E o mesmo acontece com as discussões que têm a ver com a maior parte dos assuntos abstractos, sobretudo a ética e os temas filosóficos, mas também com campos de análise mais restritos, incidindo sobre os problemas mais imediatos, como por exemplo o socialismo, o capitalismo, a aristocracia, a democracia, etc…, em que as noções são tomadas tanto no sentido amplo como no restrito,
A nossa escolha não tem por que ser feita entre socialismos que foram pervertidos e capitalismos perversos de origem, mas entre a humanidade que o socialismo pode ser e a inumanidade que o capitalismo sempre foi.
Meu socialismo nada tem a ver com marxismo. Marxismo é anti-propriedade. O Socialismo verdadeiro não é.
Eu posso entender o Comunismo, mas não o Socialismo.
O socialismo é a filosofia da falha, o credo da ignorância e o evangelho da inveja, sua virtude inerente é a divisão igualitária da miséria.
Nenhuma empresa do mundo pode estar acima das pessoas que lá trabalham. É utópico, é idealista, mas é a única maneira humana de ver as coisas. A gente não pode ser tratada como os resíduos da fabricação e atirada fora como tal. O sistema é que está em falência e o socialismo – que, a meu ver, não o era – também está na falência.
Perante o que já avançaram ciência e técnica e, em cada um, o ideal de humanidade, são o capitalismo e o socialismo duas formas idênticas e por isso concorrentes de estupidez.
Desde o colapaso do socialismo, o capitalismo ficou sem rival. Esta situação anormal desencadeou o seu ganancioso e – acima de tudo – o seu poder suicida. Agora a crença é que tudo – e todos – estão num jogo justo.
O Provincianismo Português (I)
Se, por um daqueles artifícios cómodos, pelos quais simplificamos a realidade com o fito de a compreender, quisermos resumir num síndroma o mal superior português, diremos que esse mal consiste no provincianismo. O facto é triste, mas não nos é peculiar. De igual doença enfermam muitos outros países, que se consideram civilizantes com orgulho e erro.
O provincianismo consiste em pertencer a uma civilização sem tomar parte no desenvolvimento superior dela — em segui-la pois mimeticamente, com uma subordinação inconsciente e feliz. O síndroma provinciano compreende, pelo menos, três sintomas flagrantes: o entusiasmo e admiração pelos grandes meios e pelas grandes cidades; o entusiasmo e admiração pelo progresso e pela modernidade; e, na esfera mental superior, a incapacidade de ironia.
Se há característico que imediatamente distinga o provinciano, é a admiração pelos grandes meios. Um parisiense não admira Paris; gosta de Paris. Como há-de admirar aquilo que é parte dele? Ninguém se admira a si mesmo, salvo um paranóico com o delírio das grandezas. Recordo-me de que uma vez, nos tempos do “Orpheu”, disse a Mário de Sá-Carneiro: “V. é europeu e civilizado, salvo em uma coisa, e nessa V. é vítima da educação portuguesa. V. admira Paris,
Um socialismo que respeite a liberdade e a dignidade da pessoa humana e que seja, portanto, nesse aspecto, um socialismo perfeitamente consentâneo com o personalismo, parece-me indispensável no mundo de hoje.