Sonetos sobre Altos de Ant贸nio Nobre

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Sonetos de altos de Ant贸nio Nobre. Leia este e outros sonetos de Ant贸nio Nobre em Poetris.

Poveiro

Poveirinhos! meus velhos pescadores!
Na Agoa quizera com voc锚s morar:
Trazer o lindo gorro de trez cores,
Mestre da lancha Deixem-nos passar!

Far-me-ia outro, que os vossos interiores
De ha tantos tempos, devem j谩 estar
Calafetados pelo breu das dores,
Como esses pongos em que andaes no mar!

脫 meu Pae, n茫o ser eu dos poveirinhos!
N茫o seres tu, para eu o ser, poveiro,
Mail-Irm茫o do 芦Senhor de Mattozinhos禄!

No alto mar, 谩s trovoadas, entre gritos,
Promettermos, si o barco f么ri intieiro,
Nossa bela 谩 Sinhora dos Afflictos!

Menino e Mo莽o

Tombou da haste a flor da minha infancia alada,
Murchou na jarra de oiro o pudico jasmim:
Voou aos altos c茅us Sta Aguia, linda fada,
Que d’antes estendia as azas sobre mim.

Julguei que fosse eterna a luz d’essa alvorada,
E que era sempre dia, e nunca tinha fim
Essa viz茫o de luar que vivia encantada,
N’um castello de prata embutido a marfim!

Mas, hoje, as aguias de oiro, aguias da minha infancia,
Que me enchiam de lua o cora莽茫o, outrora,
Partiram e no c茅u evolam-se, a distancia!

Debalde clamo e choro, erguendo aos c茅us meus ais:
Voltam na aza do vento os ais que a alma chora;
Ellas, por茅m, Senhor! ellas n茫o voltam mais…

S锚 Altivo!

Altos pinheiros septuagenarios
E ainda empertigados sobre a serra!
Sois os Enviados-extraordinarios,
Embaixadores d’El-Rey Pan, na Terra.

A noite, sob aquelles lampadarios,
Conferenciaes com elle… Ha paz? Ha guerra?
E tomam notas vossos secretarios,
Que o Livro Verde secular encerra.

Hirtos e altos, Tayllerands dos montes!
Tendes a linha, n茫o vergaes as frontes
Na exigencia da c么rte, ou beija-m茫o!

Voltaes aos homens com desdem a face…
Ai oxal谩! que Pan me despachasse
Addido 谩 vossa extranha lega莽茫o!