Apocalipse
Minha divinatória Arte ultrapassa
os séculos efêmeros e nota
Diminuição dinâmica, derrota
Na atual força, integérrima, da Massa.É a subversão universal que ameaça
A Natureza, e, em noite aziaga e ignota,
Destrói a ebulição que a água alvorota
E põe todos os astros na desgraça!São despedaçamentos, derrubadas,
Federações sidéricas quebradas…
E eu só, o último a ser, pelo orbe adeante,Espião da cataclísmica surpresa
A única luz tragicamente acesa
Na universalidade agonizante!
Sonetos sobre Ameaça
2 resultados Sonetos de ameaça escritos por poetas consagrados, filósofos e outros autores famosos. Conheça estes e outros temas em Poetris.
XXVI
Não vês, Nise, este vento desabrido,
Que arranca os duros troncos? Não vês esta,
Que vem cobrindo o céu, sombra funesta,
Entre o horror de um relâmpago incendido?Não vês a cada instante o ar partido
Dessas linhas de fogo? Tudo cresta,
Tudo consome, tudo arrasa, e infesta,
O raio a cada instante despedido.Ah! não temas o estrago, que ameaça
A tormenta fatal; que o Céu destina
Vejas mais feia, mais cruel desgraça:Rasga o meu peito, já que és tão ferina;
Verás a tempestade, que em mim passa;
Conhecerás então, o que é ruína.