No Alto
O poeta chegara ao alto da montanha,
E quando ia descer a vertente do oeste,
Viu uma cousa estranha,
Uma figura má.Então, volvendo o olhar ao sutil, ao celeste,
Ao gracioso Ariel, que de baixo o acompanha,
Num tom medroso e agreste
Pergunta o que será.Como se perde no ar um som festivo e doce,
Ou bem como se fosse
Um pensamento vĂŁo,Ariel se desfaz sem lhe dar mais resposta.
Para descer a encosta
O outro estendeu-lhe a mĂŁo.
Sonetos sobre Ar de Machado de Assis
2 resultados Sonetos de ar de Machado de Assis. Leia este e outros sonetos de Machado de Assis em Poetris.
Gonçalves Crespo
Esta musa da pátria, esta saudosa
Niobe dolorida,
Esquece acaso a vida,
Mas não esquece a morte gloriosa.E pálida, e chorosa,
Ao Tejo voa, onde no chĂŁo caĂda
Jaz aquela evadida
Lira da nossa América viçosa.Com ela torna, e, dividindo os ares,
Trépido, mole, doce movimento
Sente nas frouxas cordas singulares.NĂŁo Ă© a asa do vento,
Mas a sombra do filho, no momento
De entrar perpetuamente os pátrios lares.