As LĂĄgrimas

Exaltemos as lĂĄgrimas. Na pele das veias,
bom dia, ĂĄguas. GratidĂŁo ao rosto, Ă s cores,
ao sulco nos olhos. PorquĂȘ este ardor, este
temor da erva pisada? Adormecem comigo,

meigas fĂĄbricas de quietude e solidĂŁo
no calmo azul branco da sua breve cor.
Que longe se vĂŁo no ar amargo, sob o Ă­mpeto
delirante de as transformar em leis extintas,

ironias ou jĂșbilos. Rolem ou finjam
incansĂĄveis trabalhos ou dores, assim
conspiram em outras portas, outros mistérios.

Perco-as entre conversas, o sono, o amor.
Aos olhos desertos sua ausĂȘncia os desgasta.
Louvemos nas lĂĄgrimas o seu fulgor vĂŁo.