O Mar Da Minha Aldeia É Doce E Calmo
O mar da minha aldeia é doce e calmo
mas se alimenta no sal dos meus olhos.
Não é azul e reza em negro salmo
quando essas águas tragam o fumo eólioAs almas que o conhecem palmo a palmo
sabem do escasso peixe em seu espólio
Ah, várzeas alagadas! Onda e espasmo
nessas barrigas d’águas-promontóriosCrianças se alimentam dessa argila
em cuias com chibé de mandioca
farinha de um maná que a fé ventilaDo barro vem barroca que se espoca
na lama de uma origem que destila
febres palustres, fome que se estoca
Sonetos sobre Barriga de Anibal Beça
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