Sonetos sobre Bem de Ant贸nio Barbosa Bacelar

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Sonetos de bem de Ant贸nio Barbosa Bacelar. Leia este e outros sonetos de Ant贸nio Barbosa Bacelar em Poetris.

A uma Aus锚ncia

Sinto-me, sem sentir, todo abrasado
No rigoroso fogo que me alenta;
O mal, que me consome, me sustenta;
O bem, que me entret茅m, me d谩 cuidado.

Ando sem me mover, falo calado;
O que mais perto vejo, se me ausenta,
E o que estou sem ver, mais me atormenta;
Alegro-me de ver-me atormentado.

Choro no mesmo ponto em que me rio;
No mor risco me anima 谩 confian莽a;
Do que menos se espera estou mais certo.

Mas se de confiado desconfio,
脡 porque, entre os receios da mudan莽a,
Ando perdido em mim como em deserto.

脌 Variedade do Mundo

Este nasce, outro morre, acol谩 soa
Um ribeiro que corre, aqui suave,
Um rouxinol se queixa brando e grave,
Um le茫o c’o rugido o monte atroa.

Aqui corre uma fera, acol谩 voa
C’o gr茫ozinho na boca ao ninho 眉a ave,
Um demba o edif铆cio, outro ergue a trave,
Um ca莽a, outro pesca, outro enferoa.

Um nas armas se alista, outro as pendura
An soberbo Ministro aquele adora,
Outro segue do Pa莽o a sombra amada,

Este muda de amor, aquele atura.
Do bem, de que um se alegra, o outro chora…
Oh mundo, oh sombra, oh zombaria, oh nada!

A umas Saudades

Saudades de meu bem, que noite e dia
A alma atormentais, se 茅 vosso intento
Acabardes-me a vida com tormento,
Mais lisonja ser谩 que tirania.

Mas, quando me matar vossa porfia,
De morrer tenho tal contentamento,
Que em me matando vosso sentimento,
Me h谩-de ressuscitar minha alegria.

Por茅m matai-me embora, que pretendo
Satisfazer com mortes repetidas
O que 脿 beleza sua estou devendo.

Vidas me dai para tirar-me vidas,
Que ao grande gosto com que as for perdendo
Ser茫o todas as mortes bem devidas.