Aos Mesmos
De insĂpida sessĂŁo no inĂștil dia
Juntou-se do Parnaso a galegage;
Em frase hirsuta, em gĂłtica linguage,
Belmiro um ditirambo principia.Taful que o portuguĂȘs nĂŁo lhe entendia,
Nem ao resto da cĂŽmica salsage,
Saca o soneto que lhe fez Bocage,
E conheceu-se nele a Academia.Dos sĂłcios o pior silvou qual cobra,
Desatou-se em trovÔes, desfez-se em raios,
Dando ao triste Bocage o que lhe sobra.Fez na calĂșnia vil cruĂ©is ensaios,
E jaz com grandes créditos a obra
Entre mĂŁos de marujos e lacaios.
Sonetos sobre CalĂșnia
3 resultadosArda De Raiva Contra Mim A Intriga
Arda de raiva contra mim a intriga,
Morra de dor a inveja insaciĂĄvel;
Destile seu veneno detestĂĄvel
A vil calĂșnia, pĂ©rfida inimiga.Una-se todo, em traiçoeira liga,
Contra mim sĂł, o mundo miserĂĄvel.
Alimente por mim Ăłdio entranhĂĄvel
O coração da terra que me abriga.Sei rir-me da vaidade dos humanos;
Sei desprezar um nome nĂŁo preciso;
Sei insultar uns cĂĄlculos insanos.Durmo feliz sobre o suave riso
De uns lĂĄbios de mulher gentis, ufanos;
E o mais que os homens sĂŁo, desprezo e piso.
Aqui, Onde O Talento Verdadeiro
Aqui, onde o talento verdadeiro
NĂŁo nega o povo o merecido preito;
Aqui onde no pĂșblico respeito
Se conquista o brasĂŁo mais lisonjeiro.Aqui onde o gĂȘnio sobranceiro
E, de torpes calĂșnias, ao efeito,
JesuĂna, dos zoilos a despeito,
Ăs tu que ocupas o lugar primeiro!Repara como o povo te festeja…
VĂȘ como em teu favor se manifesta,
Mau grado a mĂŁo, que, oculta, te apedreja!Fazes bem desprezar quem te molesta;
Ser indif’rente ao regougar da inveja,
“Das almas grandes a nobreza Ă© esta.”