Sou Eu!
Ă minha ilustre camarada Laura haves
Pelos campos em fora, pelos combros,
Pelos montes que embalam a manhĂŁ,
Largo os meus rubros sonhos de pagĂŁ,
Enquanto as aves poisam nos meus ombros…Em vĂŁo me sepultaram entre escombros
De catedrais duma escultura vĂŁ!
Olha-me o loiro sol tonto de assombros,
as nuvens, a chorar, chamam-me irmĂŁ!Ecos longĂnquos de ondas… de universos..
Ecos dum Mundo… dum distante AlĂ©m,
Donde eu trouxe a magia dos meus versos!Sou eu! Sou eu! A que nas mĂŁos ansiosas
Prendeu da vida, assim como ninguém,
Os maus espinhos sem tocar nas rosas!
Sonetos sobre Campo de Florbela Espanca
3 resultadosNoitinha
A noite sobre nĂłs se debruçou…
Minha alma ajoelha, pÔe as mãos e ora!
O luar, pelas colinas, nesta hora,
Ă ĂĄgua dum gomil que se entornou…NĂŁo sei quem tanta pĂ©rola espalhou!
Murmura alguĂ©m pelas quebradas fora…
Flores do campo, humildes, mesmo agora.
A noite, os olhos brandos, lhes fechou…Fumo beijando o colmo dos casais…
Serenidade idĂlica de fontes,
E a voz dos rouxinĂłis nos salgueirais…Tranquilidade… calma… anoitecer…
Num ĂȘxtase, eu escuto pelos montes
O coração das pedras a bater…
Ădio?
Ădio por Ele? NĂŁo… Se o amei tanto,
Se tanto bem lhe quis no meu passado,
Se o encontrei depois de o ter sonhado,
Se Ă vida assim roubei todo o encanto,Que importa se mentiu? E se hoje o pranto
Turva o meu triste olhar, marmorizado,
Olhar de monja, trĂĄgico, gelado
Com um soturno e enorme Campo Santo!Nunca mais o amar jĂĄ Ă© bastante!
Quero senti-lo doutra, bem distante,
Como se fora meu, calma e serena!Ădio seria em mim saudade infinda,
MĂĄgoa de o ter perdido, amor ainda!
Ădio por Ele? NĂŁo… nĂŁo vale a pena…