A Rua Dos Cataventos – VI
Na minha rua há um menininho doente.
Enquanto os outros partem para a escola,
Junto Ă janela, sonhadoramente,
Ele ouve o sapateiro bater sola.Ouve também o carpinteiro, em frente,
Que uma canção napolitana engrola.
E pouco a pouco, gradativamente,
O sofrimento que ele tem se evola. . .Mas nesta rua há um operário triste:
NĂŁo canta nada na manhĂŁ sonora
E o menino nem sonha que ele existe.Ele trabalha silenciosamente. . .
E está compondo este soneto agora,
Pra alminha boa do menino doente. . .
Sonetos sobre Canções de Mário Quintana
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A Rua Dos Cataventos – IX – Para EmĂlio Kemp
É a mesma a ruazinha sossegada.
Com as velhas rondas e as canções de outrora…
E os meus lindos pregões da madrugada
Passam cantando ruazinha em fora!Mas parece que a luz está cansada…
E, nĂŁo sei como, tudo tem, agora,
Essa tonalidade amarelada
Dos cartazes que o tempo descolora…Sim, desses cartazes ante os quais
NĂłs Ă s vezes paramos, indecisos…
Mas para quĂŞ?… Se nĂŁo adiantam mais!…Pobres cartazes por aĂ afora
Que inda anunciam: – Alegrias – Risos
Depois do Circo já ter ido embora!…