Sonetos sobre Censura de William Shakespeare

2 resultados
Sonetos de censura de William Shakespeare. Leia este e outros sonetos de William Shakespeare em Poetris.

És MĂșsica e a MĂșsica Ouves Triste?

És mĂșsica e a mĂșsica ouves triste?
Doçura atrai doçura e alegria:
porque amas o que a teu prazer resiste,
ou tens prazer sĂł na melancolia?

se a concĂłrdia dos sons bem afinados,
por casados, ofende o teu ouvido,
sĂŁo-te branda censura, em ti calcados,
porque de ti deviam ter nascido.

VĂȘ que uma corda a outra casa bem
e ambas se fazem mĂștuo ordenamento,
como marido e filho e feliz mĂŁe

que, todos num, cantam de encantamento:
É canção sem palavras, vária e em
unĂ­ssono: “sĂł nĂŁo serĂĄs ninguĂ©m”.

Ah, que Olhos PĂŽs Amor na Minha Cara

Ah, que olhos pĂŽs Amor na minha cara
mas sem correspondĂȘncia a fiel vista?
Ou se a tĂȘm, meu juĂ­zo onde Ă© que pĂĄra
que em tĂŁo falsas censuras inda insista?

Se Ă© belo o que meus olhos falso adoram
que quer dizer o mundo em negação?
E se nĂŁo Ă©, amor mostra se goram
seus olhos, menos fiéis que os homens: não,

como pode? Como pode, se pranto
e espera o afectam, ser fiel no olhar?
De erros da minha vista nĂŁo me espanto,

o sol nĂŁo vĂȘ atĂ© o cĂ©u limpar.
Manhoso amor, com choros pÔes-me cego,
mas vendo bem, a tuas faltas chego.