Soneto, Ă s Cinco Horas da Tarde
Agora que me instigo e me arremesso
ao branco ofĂcio de prender meu sono
e depois atirĂĄ-lo em seu vestido
feito de céu e restos de incerteza,recolho inutilmente de seus låbios
a precisĂŁo do sangue do silĂȘncio
e inauguro uma tarde em suas mĂŁos
gråvidas de gestos e de rumos.Pelo temor e o débil sobressalto
de encontrar sua ausĂȘncia numa esquina
quando extingui canção e permanĂȘncia,guardei todo o impossĂvel de seus olhos,
embora ouvisse, longe, além dos mapas,
bruscos mastins de cedro em seus cabelos.
Sonetos sobre CĂ©u de Carlos Pena Filho
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