Sonetos sobre Céu de Mário Quintana

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Sonetos de céu de Mário Quintana. Leia este e outros sonetos de Mário Quintana em Poetris.

GadĂŞa Pelichek SebastiĂŁo

GadĂŞa… Pelichek… SebastiĂŁo…
Lobo Alvim… Ah, meus velhos camaradas!
Aonde foram vocĂŞs? Onde Ă© que estĂŁo
Aquelas nossas ideais noitadas?

Fiquei sozinho… Mas nĂŁo creio, nĂŁo,
Estejam nossas almas separadas!
Às vezes sinto aqui, nestas calçadas,
O passo amigo de vocĂŞs… E entĂŁo

NĂŁo me constranjo de sentir-me alegre,
De amar a vida assim, por mais que ela nos minta…
E no meu romantismo vagabundo

Eu sei que nestes céus de Porto Alegre
É para nós que inda S. Pedro pinta
Os mais belos crepĂşsculos do mundo!…

A Rua Dos Cataventos – XII – Para Erico Verissimo

O dia abriu seu pára-sol bordado
De nuvens e de verde ramaria.
E estava até um fumo, que subia,
Mi-nu-ci-o-sa-men-te desenhado.

Depois surgiu, no céu azul arqueado,
A Lua – a Lua! – em pleno meio-dia.
Na rua, um menininho que seguia
Parou, ficou a olhá-la admirado…

Pus meus sapatos na janela alta,
Sobre o rebordo… CĂ©u Ă© que lhes falta
Pra suportarem a existĂŞncia rude!

E eles sonham, imĂłveis, deslumbrados,
Que sĂŁo dois velhos barcos, encalhados
Sobre a margem tranqĂĽila de um açude…