Toda Palavra
Toda palavra voa nebulosa
atĆ© chegar latente ao nosso chĆ£o.
Pousa sem pressa ou prece em mansa prosa
caĆda chuva breve de verĆ£o.Toda palavra se abre generosa
para abrigar segredos num porĆ£o
lĆ” onde sobram sombras sinuosas
levantando a poeira no perdĆ£o.Toda palavra veste-se vistosa
para fazer afagos na paixĆ£o
uma pantera em paz, porĆ©m tinhosa.Toda palavra enfim Ć© explosĆ£o
que o mundo sĆ³ Ć© mundo por osmose
pois hĆ” um outro ser no coraĆ§Ć£o
Sonetos sobre CoraĆ§Ć£o de Anibal BeƧa
2 resultados Sonetos de coraĆ§Ć£o de Anibal BeƧa. Leia este e outros sonetos de Anibal BeƧa em Poetris.
Cantares Bacantes (II)
Canto a lira dissonante:
como custam meus cantares!
os cantochƵes dos solares
mais remotos que um levante.Tua branca primavera
lanƧa-perfume dos ares
profundo nƔcar dos pares
mas verdes ramas da hera.A cigarra morta canta
tua tarde de passagem
que a voz do bronze levantalouvores a teu passeio
de gazela: leve aragem
ao coraĆ§Ć£o, meu anseio!