Soneto Ć Rendeira
O linho Ć© uma oraĆ§Ć£o remota, nesse
fluir fabril de fio para a flor.
Move-se o coraĆ§Ć£o da moƧa, e esquece
o tempo prisioneiro, em derredorda sombra esguia que Ć almofada tece.
Move-se, em seu afĆ£ modelador
de paz, o mito imemorial da prece
que do limbo da morte inventa o amor.Movem-se dentro dela o sol e o vento.
Move-se o mar, e os pĆ³rticos se movem
das Ć”guas em perpĆ©tuo movimento…Move-se a gĆŖnese em seu corpo jovem.
E, enquanto o olhar medita, os dedos tecem
gestos de amor que os lĆ”bios nĆ£o conhecem.
Sonetos sobre CoraĆ§Ć£o de Francisco de Oliveira Carvalho
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