Sonho Africano

Ei-lo em sua choupana. A lĂąmpada, suspensa
Ao teto, oscila; a um canto, um velho e ervado fimbo;
Entrando, porta dentro, o sol forma-lhe um nimbo
Cor de cinĂĄbrio em torno Ă  carapinha densa.

Estira-se no chão
 Tanta fadiga e doença!
Espreguiça, boceja
 O apagado cachimbo
Na boca, nessa meia escuridĂŁo de limbo,
Mole, semicerrando os dĂșbios olhos, pensa


Pensa na påtria, além
 As florestas gigantes
Se estendem sob o azul, onde, cheios de mĂĄgoa,
Vivem negros reptis e enormes elefantes


Calma em tudo. Dardeja o sol raios tranquilos

Desce um rio, a cantar
 Coalham-se à tona d’água
Em compacto apertão, os velhos crocodilos