O Sábio não Vai em Grossos Rios
QuĂŁo bem aventurado e quĂŁo ditoso
O sábio é, que parco passa a vida
Medindo, alegre, a entrada co’a saĂda
Do Mundo vĂŁo, sem medo do invejoso!Quem c’o pouco que tem vive gostoso,
Cos desejos nĂŁo tem sĂ´frega lida.
Como subir nĂŁo quer, nunca a caĂda
Teme, do vĂŁo Faetonte desejoso.Se tem sede, nĂŁo vai em grossos rios
Beber, sĂ´frego, a farto nas correntes,
Porque teme cair em seus baixios.Pequena fonte vai buscar, prudente,
Onde bebe, seguro dos bravios
Enrolados cachões da altiva enchente.
Sonetos sobre Correntes de Francisco Joaquim Bingre
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