Vós Outros! que Dizeis que o Amor é um Suplício
Vós outros! que dizeis que o Amor é um suplício,
Que a flor da Decepção se abre em todo o Prazer,
Que aconselhais à Alma o mosteiro, e o cilício,
Pois nada pode consolar-nos de viver:Ponde os olhos em mim, neste celeste Amor
Que me vai desdobrando e alumiando o caminho,
Mesmo quando o alto Céu, sem frescura e sem cor,
Tem as engelhas de algum velho pergaminho…Vede como eu quero viver, por merecê-la,
Eu que sou pecador, a ela longínqua Estrela!
No esforço de ser bom, branco como um altar:De modo que a minha Alma, enfim, fique tão crente,
Que se possa casar à sua estreitamente,
Como um floco de neve a um raio de luar!
Sonetos sobre Crentes de Alberto d'Oliveira
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