Destino
Aquela voz era intranqĂĽila. Trago-a
No ouvido ainda ininterruptamente:
Voz de alma que sofreu, voz de vivente,
Desoladora e trêmula de mágoa.Era o rio da Vida; a água paciente
Que, arrastando calhaus, de frágua em frágua
Ora beijava a sombra na corrente,
Ora abraçava o Sol com os braços de água.Deus te leve, água pura e fresca!… A treva
NĂŁo te interrompa a marcha transitĂłria,
Porque o Destino ingrato que te levaPara o vale florido ou o amplo deserto,
É o mesmo que me arrasta o passo incerto
Para o despenhadeiro ou para a GlĂłria.
Sonetos sobre Deserto de Olegário Mariano
2 resultados Sonetos de deserto de Olegário Mariano. Leia este e outros sonetos de Olegário Mariano em Poetris.
As Vozes Da Natureza
As vozes que nos vĂŞm da natureza
Traduzem sempre um mĂştuo sentimento.
Cantam as frondes pela voz do vento,
Pelo manancial canta a represa.Pelas estrelas canta o firmamento
Nas suas grandes noites de beleza.
Cada nota a outra nota vive presa,
É um pensamento de outro pensamento.Pelas folhas murmura a voz da estrada,
Pelos salgueiros canta a água parada
E o amigo sol, apenas se levanta,Jogando o manto de ouro ao céu deserto,
Chama as cigarras todas para perto,
Que Ă© na voz das cigarras que ele canta.