Eterna Dor
Já te esqueceram todos neste mundo…
SĂł eu, meu doce amor, sĂł eu me lembro,
Daquela escura noite de setembro
Em que da cova te deixei no fundo.Desde esse dia um látego iracundo
Açoitando-me está, membro por membro.
Por isso que de ti nĂŁo me deslembro,
Nem com outra te meço ou te confundo.Quando, entre os brancos mausoléus, perdido,
Vou chorar minha acerba desventura,
Eu tenho a sensação de haver morrido!E até, meu doce amor, se me afigura,
Ao beijar o teu tĂşmulo esquecido,
Que beijo a minha prĂłpria sepultura!
Sonetos sobre Dia de Artur de Azevedo
2 resultados Sonetos de dia de Artur de Azevedo. Leia este e outros sonetos de Artur de Azevedo em Poetris.
Velha Anedota
Tertuliano, frĂvolo peralta,
Que foi um paspalhĂŁo desde fedelho,
Tipo incapaz de ouvir um bom conselho,
Tipo que, morto, não faria falta;Lá um dia deixou de andar à malta,
E, indo Ă casa do pai, honrado velho,
A sĂłs na sala, diante de um espelho,
À própria imagem disse em voz bem alta:– Tertuliano, és um rapaz formoso!
És simpático, és rico, és talentoso!
Que mais no mundo se te faz preciso? –Penetrando na sala, o pai sisudo,
Que por trás da cortina ouvira tudo,
Severamente respondeu: – JuĂzo. –