Rebelado
Ri tua face um riso acerbo e doente,
Que fere, ao mesmo tempo que contrista…
Riso de ateu e riso de budista
Gelado no Nirvana impenitente.Flor de sangue, talvez, e flor dolente
De uma paixĂŁo espiritual de artista,
Flor de Pecado sentimentalista
Sangrando em riso desdenhosamente.Da alma sombria de tranqĂĽilo asceta
Bebeste, entanto, a morbidez secreta
Que a febre das insânias adormece.Mas no teu lábio convulsivo e mudo
Mesmo até riem, com desdéns de tudo,
As sĂlabas simbĂłlicas da Prece!
Sonetos sobre Doentes de Cruz e Souza
2 resultados Sonetos de doentes de Cruz e Souza. Leia este e outros sonetos de Cruz e Souza em Poetris.
LĂ©sbia
CrĂłton selvagem, tinhorĂŁo lascivo,
Planta mortal, carnĂvora, sangrenta,
Da tua carne báquica rebenta
A vermelha explosão de um sangue vivo.Nesse lábio mordente e convulsivo,
Ri, ri risadas de expressĂŁo violenta
O Amor, trágico e triste, e passe, lenta,
A morte, o espasmo gĂ©lido, aflitivo…LĂ©sbia nervosa, fascinante e doente,
Cruel e demonĂaca serpente
Das flamejantes atracões do gozo.Dos teus seios acĂdulos, amargos,
Fluem capros aromas e os letargos,
Os Ăłpios de um luar tuberculoso…