Poveiro
Poveirinhos! meus velhos pescadores!
Na Agoa quizera com voc锚s morar:
Trazer o lindo gorro de trez cores,
Mestre da lancha Deixem-nos passar!Far-me-ia outro, que os vossos interiores
De ha tantos tempos, devem j谩 estar
Calafetados pelo breu das dores,
Como esses pongos em que andaes no mar!脫 meu Pae, n茫o ser eu dos poveirinhos!
N茫o seres tu, para eu o ser, poveiro,
Mail-Irm茫o do 芦Senhor de Mattozinhos禄!No alto mar, 谩s trovoadas, entre gritos,
Promettermos, si o barco f么ri intieiro,
Nossa bela 谩 Sinhora dos Afflictos!
Sonetos sobre Dor de Ant贸nio Nobre
4 resultadosO Sr. Abbade
Quando vem Junho e deixo esta cidade,
Batina, Caes, tuberculozos c茅us,
Vou para o Seixo, para a minha herdade:
Adeus, cavaco e luar! choupos, adeus!Tomo o regimen do Sr. Abbade,
E fa莽o as pazes, elle o quer, com Deus.
No seu direito olhar vejo a bondade,
E 谩s capellinhas vou ver os judeus.Que homem sem par! Ignora o que s茫o dores!
Para elle uma ramada 茅 o pallio verde,
Os cachos d’uvas s茫o as suas flores!Ao seu passal chama elle o mundo todo…
Sr. Abbade! olhe que nada perde:
Viva na paz, ahi, longe do lodo.
Maes, Vinde Ouvir!
Longe de ti, na cella do meu quarto,
Meu copo cheio de agoirentas fezes,
Sinto que rezas do Outro-mundo, harto,
Pelo teu filho. Minha M茫e, n茫o rezes!Para fallar, assim, ve tu! j谩 farto,
Para me ouvires blasphemar, 谩s vezes,
Soffres por mim as dores crueis do parto
E trazes-me no ventre nove mezes!Nunca me houvesses dado 谩 luz, Senhora!
Nunca eu mamasse o leite aureolado
Que me fez homem, magica bebida!F么ra melhor n茫o ter nascido, f么ra,
Do que andar, como eu ando, degredado
Por esta Costa d’Africa da Vida…
Paz!
E a Vida foi, e 茅 assim, e n茫o melhora.
Esfor莽o inutil, cr锚! Tudo 茅 illuz茫o…
Quantos n茫o scismam n’isso mesmo a esta hora
Com uma ta莽a, ou um punhal na m茫o!Mas a Arte, o Lar, um filho, Antonio? Embora!
Chymeras, sonhos, bolas de sab茫o.
E a tortura do al茅m e quem l谩 mora!
Isso 茅, talvez, minha unica afflic莽茫o…Toda a dor pode suspportar-se, toda!
Mesmo a da noiva morta em plena boda,
Que por mortalha leva… essa que traz…Mas uma n茫o: 茅 a dor do pensamento!
Ai quem me dera entrar n’esse convento
Que ha al茅m da Morte e que se chama A Paz!