Sonetos sobre Elegância

2 resultados
Sonetos de elegância escritos por poetas consagrados, filósofos e outros autores famosos. Conheça estes e outros temas em Poetris.

Que o Rudo Engenho Meu me Desengana

De tĂŁo divino acento em voz humana,
De elegâncias que são tão peregrinas,
Sei bem que minhas obras nĂŁo sĂŁo dignas,
Que o rudo engenho meu me desengana.

Porém da vossa pena ilustre mana
Licor que vence as águas Cabalinas;
E convosco do Tejo as flores finas
FarĂŁo inveja Ă  cĂłpia Mantuana.

E pois a vĂłs, de si nĂŁo sendo avaras,
As filhas de MnemĂłsine fermosa
Partes dadas vos tĂŞm ao mundo claras;

A minha Musa, e a vossa tĂŁo famosa,
Ambas se podem nele chamar raras,
A vossa de alta, a minha de invejosa.

O Soneto

Nas formas voluptuosas o soneto
Tem fascinante, cálida fragrância
E as leves, langues curvas de elegância
De extravagante e mĂłrbido esqueleto.

A graça nobre e grave do quarteto
Recebe a original intolerância,
Toda a sutil, secreta extravagância
Que transborda terceto por terceto.

E como um singular polichinelo
Ondula, ondeia, curioso e belo,
O Soneto , nas formas caprichosas.

As rimas dĂŁo-lhe a pĂşrpura vetusta
E nas mais rara procissĂŁo augusta
Surge o Sonho das almas dolorosas…