Sonetos sobre Espada de Camilo Pessanha

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Sonetos de espada de Camilo Pessanha. Leia este e outros sonetos de Camilo Pessanha em Poetris.

Depois Da Luta E Depois Da Conquista

Depois da luta e depois da conquista
Fiquei só! Fora um ato antipático!
Deserta a Ilha, e no lençol aquático
Tudo verde, verde, – a perder de vista.

Porque vos fostes, minhas caravelas,
Carregadas de todo o meu tesoiro?
– Longas teias de luar de lhama de oiro,
Legendas a diamantes das estrelas!

Quem vos desfez, formas inconsistentes,
Por cujo amor escalei a muralha,
– Leão armado, uma espada nos dentes?

Felizes vĂłs, Ăł mortos da batalha!
Sonhais, de costas, nos olhos abertos
Refletindo as estrelas, boquiabertos…

Foi Um Dia De InĂşteis Agonias

Foi um dia de inĂşteis agonias.
Dia de sol, inundado de sol!…
Fulgiam nuas as espadas frias…
Dia de sol, inundado de sol!…

Foi um dia de falsas alegrias.
Dália a esfolhar-se, – o seu mole sorriso…
Voltavam ranchos das romarias.
Dália a esfolhar-se, – o seu mole sorriso…

Dia impressĂ­vel mais que os outros dias.
Tão lúcido… Tão pálido… Tão lúcido!…
Difuso de teoremas, de teorias…

O dia fĂştil mais que os outros dias!
Minuete de discretas ironias…
Tão lúcido… Tão pálido… Tão lúcido!…